Criatividade. Esta é a palavra que melhor traduz o trabalho de Tatiana Cunha e Mauro Mendes Mondine, dois dos 60 artesãos que trabalham e vendem suas produções na Praça dos Imigrantes. O local está sediado no centro comercial de Campo Grande, coração da cidade, entre as ruas Joaquim Murtinho e Rui Barbosa, e é o celeiro do artesanato local.
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Tatiana trabalha “desde que se entende por gente” – como ela própria diz – com artesanato. Começou a se apaixonar verdadeiramente pela arte ainda na infância, quando pintou uma parede de sua casa, com a mãe Edna.
A paixão foi tanta que ela se formou em Licenciatura em Artes Visuais e hoje trabalha exclusivamente com o que antes era apenas um hobby, a costura. “Tem mais de 15 anos que eu costuro, mas foi há pouco tempo que a costura se tornou fonte de renda, com a criação da minha marca, a Du Balacobaco”.
A Du Balacobaco faz parte das lojas de artesanato local da Praça dos Imigrantes, e nela é possível encontrar de estojos a mochilas exclusivos. “Eu vendo mais esse tipo de produto, necessaires, estojos, carteiras, mas qualquer coisa a gente aprende a fazer. A gente que trabalha com arte é diferente, parece que vem pronto na cabeça o projeto, é só executar”, afirma.
Já o artesão Mauro Mendes Mondine tem uma história um pouco diferente. Também formado em Artes Visuais, o artista trabalha hoje com a criação de mandalas, e conheceu o poder destes artigos em um curso do Mandala Terapia.
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Com temáticas variadas, as mandalas produzidas por ele são peças únicas que, além de trazerem beleza ao ambiente, também têm “energia” própria, como ele mesmo diz. “A mandala é um portal, ela traz a gente para o centro, para o centramento, ela traz as nossas questões centrais. Quando eu produzo as mandalas elas vêm do inconsciente, por isso que é terapêutico”, explica Mauro.
Desde dezembro do ano passado na Praça dos Imigrantes produzindo os artigos, Mauro diz que depois que abriu a sua loja no espaço, a Oruam Mandalas tem sido muito mais vista e as vendas aumentaram significativamente. “As vendas aumentaram consideravelmente. Estou gostando muito, não só o convívio com as pessoas, mas o local tem uma energia muito boa. Esse Centro tem uma energia muito boa”.
Tatiana diz que também se encantou com o novo local de trabalho e que tem adorado produzir suas peças ali. “Eu amo este lugar, as pessoas são super carinhosas, me acolheram super bem. É um ambiente familiar. No final da tarde a gente divide um bolo, então é isso que eu sinto aqui, acolhimento”.
Sobre a Praça
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A Praça dos Imigrantes possui cerca de 60 artesãos que desenvolvem seus trabalhos diariamente no local. As peças são comercializadas em diversos materiais, como o crochê e o bordado, por exemplo. No local ainda é possível encontrar produtos em patchwork, patch apliqué, turbantes de tecidos, terços regionais de sementes de açaí, peças em mosaico, amigurumis, peças em tie dye, bolsas customizadas jeans, laços e tiaras, chinelos bordados, mandalas em pontilhismo, artigos em madeira e muitas outras variedades.
De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Max Freitas, a Prefeitura, por meio da Sectur, tem transformado a vida de pequenos artesãos como a Tatiana, a partir de projetos como a Feira de Artesanato On-line e o Prêmio Ipê de Artesanato, que encerrou suas inscrições no último dia 7, e prevê a destinação de R$ 160 mil para a categoria.
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“Pretendemos seguir com esses projetos em 2022, além de criar novos eventos e novas iniciativas para o ano que se inicia. Para movimentar a Praça dos Imigrantes retomamos na semana passada o projeto Quinta Cultural, que ocorre semanalmente no espaço, de forma gratuita”, informa Max.
Em 2022, a Praça dos Imigrantes estará de cara nova. O processo licitatório de revitalização do espaço está em andamento e a previsão é de que o local seja reformado ainda este ano.
A Praça dos Imigrantes funciona de terça-feira a sábado, sendo que de terça a sexta-feira o horário vai das 9h às 17h e aos sábados até 12h.