Nesta segunda matéria da série de reportagens do Correio do Estado abordando as principais incógnitas para o pleito municipal que se avizinha, o diretor e coordenador do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, projetou que o governador Eduardo Riedel (PSDB) não terá sua governabilidade afetada diante da movimentação de integrantes dos partidos da sua base aliada disputarem as prefeituras de Campo Grande, de Dourados e de inúmeros municípios do interior contra candidaturas tucanas.
Na avaliação do especialista, por maiores que possam ser as contendas durante a campanha eleitoral deste ano entre os candidatos das siglas aliadas com os candidatos do PSDB, a forte rede de apoio político criada por Riedel deve blindar a administração estadual, não deixando que nada respingue na sua imagem de bom gestor.
“Levando em consideração as pesquisas de avaliação, a administração do governador está muito boa no Estado inteiro, inclusive em Campo Grande, favorecendo positivamente o candidato que ele apoiar para a disputa pela prefeitura municipal. Então, se o PSDB sair mesmo com o deputado federal Beto Pereira, o parlamentar já sairá um pouco na frente dos demais”, analisou.
Conforme Barbosa, ainda que sejam confirmadas as candidaturas da prefeita Adriane Lopes (PP), do ex-governador André Puccinelli (MDB) e da deputada federal Camila Jara (PT), os três de partidos aliados do atual governador, a campanha eleitoral não deve causar nenhum ruído na ampla aliança formada por todas essas legendas para a reeleição de Riedel nas eleições gerais de 2026.
“Mesmo se o embate político for visceral e com uma campanha eleitoral de baixo nível, os traumas que porventura surgirem devem ficar restritos aos participantes do pleito deste ano e não se arrastarão para a campanha de reeleição do governador em 2026”, projetou.
Aruaque Barbosa pontuou que, assim como foi no primeiro ano de gestão, Riedel deve manter os altos índices de popularidade junto à população sul-mato-grossense neste ano, o que definitivamente deve blindar sua administração da possível troca de farpas entre os candidatos tucanos com os partidos da base aliada.
“Na Assembleia Legislativa, ele já tem apoio de uma ampla maioria dos deputados estaduais, tanto pela campanha eleitoral de 2022 quanto pela boa gestão no ano passado, que não teve nenhum acidente de percurso, fortalecendo ainda mais sua liderança política em nível estadual”, afirmou.
Para ele, essa boa imagem de Riedel perante o eleitorado estadual pode fazer a diferença em Campo Grande, que não tem nenhum candidato, pelo menos conforme as pesquisas de intenções de voto para prefeito já divulgadas, com porcentuais expressivos.
“Temos alguns candidatos que lideram, mas que não estão muito à frente dos demais, o que deixa a disputa muito embolada e pode fazer com que a rejeição de cada candidato em particular defina quem ganha ou perde a eleição”, alertou.
Dentro das possibilidades do cenário político atual, para o diretor do IPR, os candidatos do PSDB, do PP, do MDB e do PT, tanto no interior quanto na Capital, travarão grandes embates, principalmente em Campo Grande e em Dourados, bem como em outras cidades menores, porém estrategicamente importantes.
“Portanto, penso que, apesar de ainda ser cedo para afirmar algo, as habilidades políticas do governador Eduardo Riedel serão mais do que suficientes para evitar que quaisquer rusgas entre os candidatos da sua base aliada possam respingar na sua administração”, finalizou.