A prefeita Adriane Lopes (Patri) nomeou, na sexta-feira (13), o jovem advogado Ronaldo Chadid Júnior em cargo de comissão com salário de R$ 12,1 mil na Procuradoria-Geral do Município (PGM). Ele é filho do conselheiro Ronaldo Chadid, afastado por 180 dias do cargo no Tribunal de Contas do Estado e monitorado por tornozeleira eletrônica por suspeita de corrupção pelo Superior Tribunal de Justiça em 8 de dezembro do ano passado.
É o segundo parente de investigado na Operação Terceirização de Ouro, denominação da 2ª fase da Mineração de Ouro, que apura os crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa na corte fiscal.
A irmã do conselheiro Waldir Neves Barbosa, também afastado e monitorado eletronicamente, também ganhou cargo em comissão de Adriane. Conforme o Portal da Transparência, Sidônia Neves Barbosa foi nomeada para o cargo de assessora com salário de R$ 9.567,09.
Formado em Direito pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná em 2019, Júnior recebeu a carteira de advogado da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Brasil) no mesmo ano. O presidente da entidade na ocasião, Mansour Elias Karmouche, e toda a cúpula da entidade fez solenidade especial para entregar a carteira ao jovem advogado.
“Você agora faz parte de um quadro de mais de um milhão de advogados no país e tem a responsabilidade de defender não apenas seus clientes, mas a sociedade. Você teve um exemplo maior em casa, seu pai, Ronaldo Chadid, um jurista exemplar e que tenho certeza lhe ofereceu o melhor para sua formação. Seja bem-vindo a Ordem dos Advogados do Brasil e conte conosco”, discursou Karmouche, conforme o site da OAB/MS, em 15 de outubro de 2019 (confira aqui.
Filho de conselheiro afastado tem salário de R$ 12,1 mil na prefeitura (Foto: Arquivo)
“O novo advogado Ronaldo Chadid Júnior é filho do Corregedor-Geral do TCE de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Chadid”, enalteceu a entidade. Chadid pai acabou afastado do cargo pelo STJ em dezembro do ano passado. Ele já tinha sido alvo da Operação Mineração de Ouro, em junho de 2021. A PF mirou o conselheiro por suspeita de venda de sentença, corrupção e nomeação de funcionários fantasmas para desviar recursos do TCE.
A carreira meteórica de Ronaldo Chadid Júnior começou um ano após ser formado, quando foi nomeado para o cargo de assessor executivo I, nível DCA-2, pelo então prefeito Marquinhos Trad (PSD). Conforme o Portal da Transparência, ele ganha salário mensal de R$ 12.118,68 na Procuradoria Geral do Município.
No esforço para supostamente reduzir o número de cargos comissionados, a prefeita exonerou 2,7 mil funcionários na véspera de Ano Novo. O filho do conselheiro do TCE foi reconduzido para a mesma função e com o mesmo salário. A nomeação é retroativa ao dia 1º de janeiro deste ano e o herdeiro de Chadid não vai ficar sem receber nenhum dia pelo cargo comissionado no município.
O marido de Adriane, o deputado estadual Lídio Lopes (Patri), é funcionário do TCE. Com a instituição da lei proibindo o nepotismo, autoridades e agentes públicos procuram nomear os parentes em outros órgãos para fugirem da fiscalização do Ministério Público Estadual.
Com informações do site O Jacaré