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terça-feira, maio 14, 2024
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Padrinho da Corrida do Pantanal, Yeltsin Jacques é inspiração para novos corredores

Se pudéssemos resumir a carreira vitoriosa de Yeltsin Jacques, a palavra seria “orgulho”. Esse sentimento de satisfação se traduz em seus feitos gloriosos no atletismo, na superação das dificuldades e na valorização de ser sul-mato-grossense. Dono de duas medalhas olímpicas e vivendo o auge da carreira, Yeltsin Jacques foi escolhido para ser o padrinho da Corrida do Pantanal – prova que sucede a tradicional Volta das Nações, a qual o paratleta de 30 anos conhece muito bem.

Nascido em Campo Grande, Yeltsin foi diagnosticado ainda na infância com baixa visão. A família incentivou-o a praticar esportes como forma de vencer os obstáculos impostos pela deficiência. Yeltsin fez natação e judô, mas foi no atletismo que encontrou sua paixão, já na adolescência. Nessa mesma época, o Sesi lançava a Volta das Nações, que atraiu milhares de corredores profissionais e amadores com percursos de 10 e 21 km.

A chance de disputar uma prova de alto nível no “quintal de casa” motivou o jovem a se dedicar intensamente aos treinos. Os resultados positivos logo vieram: Yeltsin subiu ao pódio em todas as seis edições da prova e sagrou-se tricampeão na categoria elite da corrida de rua, entre 2012 e 2014.

Yeltsin recorda com carinho daquela época. “Corri todas as edições da Volta das Nações. Ela representa o povo de Mato Grosso do Sul. Para nós, sul-mato-grossenses, é gratificante ter essa prova novamente. É uma sensação maravilhosa compartilhar essa alegria”, diz.

As vitórias na terra natal impulsionaram a carreira de Yeltsin mundo afora. Já como corredor de elite, o sul-mato-grossense conquistou prata e bronze no Mundial de Paratletismo em Lyon (2013) e ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (2015) e Lima (2019). Só que o maior feito ainda estava por vir.

As Olimpíadas são o principal objetivo da carreira de todo atleta. Subir ao degrau mais alto do pódio, então, é a consagração máxima reservada a pouquíssimos. A versão dos jogos para pessoas com deficiência é a Paralimpíada, da qual Yeltsin participou pela primeira vez no Rio de Janeiro, em 2016, e obteve um quinto lugar na final dos 5.000m.

Em sua segunda paralimpíada na carreira, em Tóquio 2020, Yeltsin Jacques conquistou ouro nas provas de 1.500m e 5.000m. O sul-mato-grossense ainda quebrou o recorde mundial dos 1.500m, com o tempo de 3min57s60. Pelo desempenho extraordinário, Yeltsin recebeu o prêmio de melhor atleta masculino de 2021, oferecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

E depois de tantos pódios, medalhas e prêmios, não é que Yeltsin ainda sente ansiedade depois de cada vitória? “Sempre vem aquele friozinho na barriga, aquela gratidão de poder estar ali e saber que você superou seus limites para vencer. A sensação de cada corrida é única, mas ao mesmo tempo é a sensação de que estamos apenas na primeira prova”, explica o paratleta.

Agora como padrinho da Corrida do Pantanal, Yeltsin tem a oportunidade de compartilhar sua história de vida com atletas iniciantes – assim como ele foi um dia – e inspirar corredores de todas as idades a superar seus próprios limites e conquistar seus sonhos.

“O esporte transformou minha vida. É o que eu amo fazer, é uma paixão para mim. Sou muito feliz pelo reconhecimento em ser padrinho. É muito gratificante ser o rosto dessa prova, servir de inspiração para as pessoas que vão correr essa prova e querem superar todas as distâncias e obstáculos. Quero trazer um pouco de orgulho do que fiz em Tóquio e do que pretendo continuar fazendo por Mato Grosso do Sul e pelo Brasil”, conclui Yeltsin.

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