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PM “Romanov” é um dos presos por suspeita de integrar grupo de mercenários

O 3º sargento da PM (Polícia Militar) Ygor Nunes Nascimento, 36 anos, foi um dos presos da Operação Magnus Dominus, sendo apontado pelo MPF (Ministério Público Federal) como integrante do grupo de mercenários comandado por Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, o “Motinha” ou “Dom”.

O sargento da PM, também conhecido como “Roma” ou “Romanov”, teve o pedido de prisão expedido no dia 26 de junho pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã. O juiz Fábio Fischer descreveu a ação do grupo a serviço de “Motinha”, conforme despacho para justificar a prisão:

“A investigação demonstra que MOTINHA colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know-how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”.

A prisão aconteceu no dia 30 de junho, às 6h15, durante cumprimento dos mandados da operação da PF Maguns Dominus, dentro da unidade militar do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) em Dourados. O procedimento foi acompanhado também por equipe da Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de MS).

Na mochila do policial, foram encontradas 1 pistola Glock, com número de série suprimido, 1 carregador e 17 munições de pistola 9mm; no colete tático, foram encontrados 2 carregadores de fuzil calibre 556 e 90 munições de calibre 556.

Consta no boletim de ocorrência registrado pela Corregedoria da PMMS que “Romanov” disse que tem propriedade e registro dos carregadores dos fuzis e das munições 556, mas não tinha os documentos no momento. Sobre a pistola Glock, exerceu o direito de permanecer em silêncio.

Por conta disso, foi decretada a prisão em flagrante por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, crime previsto no artigo 16 da Lei 10.826/03 e previsto no artigo 9º do CPM (Código Penal Militar).

À Corregedoria, no interrogatório, manteve o que foi dito no flagrante, permanecendo em silêncio sobre a pistola Glock. Como o documento trata apenas do crime de porte ilegal de arma, não há qualquer declaração sobre a investigação da PF sobre atuação no grupo de paramilitares.

No Diário Oficial do Estado do dia 30 de junho, consta que a subcomandante da PMMS, Neidy Nunes Barbosa Centurião, revogou a designação de sargento na prestação de serviço no DOF de Dourados. Na mesma publicação, também consta a transferência “por inconveniência” para Presídio Militar Estadual de Campo Grande.

A reportagem entrou em contato com assessoria da PMMS, que informou que não dispõe de informações sobre a investigação que trata da participação de “Romanov” no grupo de mercenários. “A PMMS não coaduna com qualquer tipo de ação ilegal e criminosa em suas fileiras, e aguarda o desenrolar dessas ações da PF”. Não houve manifestação sobre a detenção em flagrante pela posse irregular de arma.

A reportagem entrou em contato com os dois advogados citados como representantes do sargento durante o encaminhamento do flagrante da posse irregular de armas. A informação é que nenhum deles ainda representa oficialmente o militar no inquérito aberto pela PF e um deles somente o acompanhou na audiência de custódia.

Chefe

Motinha seria o líder de grupo de mercenários, especializados em guerras. Conforme divulgado pela PF, a quadrilha atuava no tráfico de drogas e armas entre o Brasil e o Paraguai, nas cidades de Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero – PY. Atualmente o grupo servia de segurança para o chefe.

Na sexta-feira (30), a quadriliha foi alvo de 12 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Foram presos nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego. Em Mato Grosso do Sul, foram cumpridos três mandados de busca e um de prisão, em Dourados. O chefe fugiu de helicóptero, após ter sido avisado da operação, vazamento que está sendo investigado.

Segundo informações, os membros do grupo são especialistas na área de segurança militar privada, inclusive com cursos nacionais e internacionais, além de atuação em guerras.

As investigações mostraram que a organização criminosa detinha de grande poder bélico, com equipamentos de última geração entre coletes a prova de balas, drones, óculos de visão noturna, granadas e armamento de grosso calibre como fuzis .556, 762 e .50, capazes de perfurar blindagens e abater aviões.

Ainda segundo a PF, a operação contou também com apoio do Ministério Público Federal e das autoridades paraguaias. A operação chamada Magnus Dominus faz alusão ao líder criminoso que se intitulava como Dom, em referência do Dom Corleone do filme “O Poderoso Chefão”.

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