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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Ônibus voltam, mas passageiros ainda se mostram preocupados com paralisação

Depois de um dia de paralisação do transporte coletivo, os ônibus voltaram a circular normalmente na manhã desta quinta-feira (19) em Campo Grande, porém, os passageiros se dizem preocupados com uma possível greve dos motoristas na próxima semana. Ontem, a Capital não teve a circulação de ônibus e os terminais ficaram fechados.

No Terminal General Osório, o pedreiro Rodrigo Amâncio, de 35 anos, não foi trabalhar ontem e perdeu diária no valor de R$ 120. “Ontem eu não fui trabalhar, fiquei em casa. Eu moro no Bairro Nova Lima e trabalho na Vila Nasser, próximo à Universidade Católica Dom Bosco. Todos os dias pego dois ônibus. Hoje os ônibus estavam no horário normal, passaram certinho”, disse.

Rodrigo não foi trabalhar ontem e perdeu diária de R$ 120 (Foto: Henrique Kawaminami)
Segundo Rodrigo, trabalha como diarista e o dia que não vai não ganha, situação que pesa no fim do mês. “Eu acredito que o problema [entre os motoristas e o Consórcio Guaicurus] vai se resolver, mas vão aumentar o valor do transporte. Enquanto isso a gente paga o preço, porque dependemos dos ônibus. Se eles entrarem em greve, eu vou ter que dar um jeito, com certeza vai ser uma bicicleta, porque duas ou três faltas no trabalho já dá um desfalque grande no fim do mês”, desabafou.

O maquinista Joílson Franco, de 21 anos, mora no Portal da Lagoa e depende do coletivo para se deslocar diariamente à Avenida Mascarenhas de Morais, próximo ao terminal, onde trabalha. “Hoje o ônibus passou atrasado, nesses últimos dias ele tem atrasado. Ontem, eu nem estava sabendo da greve, fui para o ponto e esperei meia hora até que percebi que o ônibus não ia passar. Tinha bastante gente no ponto esperando. Era 5h40 da manhã”, destacou.

Para não faltar ao trabalho, Joílson teve que desembolsar R$ 40 para ir com carro de aplicativo. Ele disse que caso haja nova paralisação vai ter que pegar carona com alguém. “Porque ir todos os dias de Uber vai ficar salgado no fim do mês e também não dá para ficar faltando, o patrão não gosta”. Na empresa dele não sugeriram nada como alternativa, caso haja greve.

O auxiliar de expedição, Alisson Matos, de 27 anos, também foi trabalhar após acionar um carro de aplicativo. “Desembolsei cerca de R$ 20 para ir e R$ 20 para voltar. Moro no Bairro Nova Lima e vou todos os dias para a Avenida Eduardo Elias Zahran. Se eles optarem pela greve aí vai pesar mais. Um dia você até releva porque é preciso, mas se for todos os dias complica, prejudica o financeiro”, reclamou.

Conforme Alisson, só vai ter um alívio depois que souber o que está sendo discutido para dar fim no impasse entre motoristas e Consórcio. “Fica aquela dúvida, mas a gente torce para se resolver, para que o trabalhador não se prejudique. Hoje os ônibus voltaram ao normal. Mas os trabalhadores ficam apreensivos, porque as mudanças podem prejudicar todo mundo”.

Ele disse que recebe o vale-transporte que ajuda a diminuir o valor da tarifa, mas se a passagem aumentar, consequentemente a empresa vai aumentar o valor de desconto na folha de pagamento.

Prefeitura de Campo Grande, Consórcio Guaicurus e STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) se comprometeram a buscar alternativas para resolver o impasse envolvendo a paralisação dos motoristas de ônibus.

O prazo final dado pelos representantes sindicais ao Consórcio Guaicurus é sábado para que haja definição sobre o aumento. A classe dos motoristas pede aumento de 16% do salário mais benefícios. O Consórcio alegou que não pode se comprometer a atender a categoria e o impasse continua.

Com informações do Campo Grande News

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