Os terminais do transporte coletivo urbano de Campo Grande amanheceram fechados em razão da greve dos motoristas de ônibus urbanos nesta quarta-feira (18). A paralisação foi aprovada em assembleia do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), que não conseguiu acordo de reajuste salarial com o Consórcio Guaicurus. “Hoje não volta mais”, garantiu o presidente do Sindicado, Demétrio Ferreira de Freitas.
Em frente às garagens nesta manhã, apenas seguranças foram encontrados, assim como nos terminais. Nenhum ônibus saiu dos locais. Já os motoristas de ônibus foram orientados a ficar em casa. “Nós não queríamos parar, só que chegou num ponto que a gente não tinha como adiar mais. Espero que mude de ideia e volte a conversar. Temos esperança de ter resposta positiva do Consórcio”, afirma Demétrio.
A decisão de greve foi anunciada nesta terça-feira após inúmeras tentativas de negociação. “Tivemos três ou quatro rodadas de negociação antes da virada do ano. Na última a gente achou que a coisa ia andar, o Consórcio ofereceu o INPC de 6,5%, mas só também. A gente achou que não era viável”, explica. Ele complementa que dentro do acordo também está discussão da jornada de trabalho e benefícios como vale alimentação e plano médico. “Tudo isso a gente precisa reajustar”.
O presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, afirmou que o problema é a demora do Município para definir o valor que será cobrado na tarifa do transporte público. “Por parte da Prefeitura, falta a definição da tarifa para que o transporte público funcione. Pedimos providência e não tivemos retorno. Hoje seria a última data legal para a Prefeitura definir essa tarifa, embora deveria ter sido 25 de outubro. A Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) que define a tarifa e repassaram R$ 7,79. Faz um ano que renovamos o valor. Agora a paralisação é uma tragédia anunciada”, concluiu.
A categoria afirma que trabalha para o Consórcio Guaicurus e não para a Prefeitura. “Eles falam que dependem da Prefeitura, mas nós não trabalhamos para o município. Trabalhamos para o Consórcio”, o presidente da Federação de Transporte de Mato Grosso do Sul, Willian Alves da Silva. Por dia, 120 mil pessoas utilizam o transporte coletivo na Capital.
Passageiros
Passageiros desavisados foram pegos de surpresa na manhã desta quarta-feira com a greve dos motoristas de ônibus do transporte coletivo urbano de Campo Grande. No Bairro Nova Campo Grande, Rosenaldo Elver, foi avisado pela equipe de reportagem que não haveria ônibus. “Então eu vou para casa. Não sabia que não ia ter ônibus. Eu trabalho no Parque dos Poderes, não tem como ir a pé. Daqui até lá dá uns 18 quilômetros”, disse.
Segundo Rosenaldo, por mais que a situação prejudique, principalmente quem não tem outra alternativa de transporte, não tira a razão da categoria. “Os caras trabalham muito, né. Da outra vez que teve a greve eu não fui trabalhar, e a empresa abonou. Não foi culpa minha, né. A minha parte eu fiz. Vim cedo para o ponto”, destacou.
Joana Regina trabalha na Sisep e também não sabia da greve (Foto: Marcos Maluf)
Na Vila Bandeirantes, quem esperava o ônibus para ir trabalhar na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), na Avenida Guaicurus, era Joana Regina. “Não tem como ir de motorista de aplicativo. Se eu for pagar vou ter que tirar R$ 25 do meu bolso. Eu não tenho esse dinheiro. Também não tenho bicicleta”, lamentou.
Surpresa com a informação de que não haveria ônibus, Regina questionou se os comércios do Centro iam fechar também. “A greve atrapalha muito a economia de Campo Grande. O comércio não vai ter movimento. A população não tem como se deslocar para o Centro. Agora, vou ter que ir embora para a casa”, afirmou.
Na Avenida Guaicurus, as amigas Juciele Ribeiro e Ivone Santos, também acordaram cedo e foram para o ponto. Era por volta das 6h, quando foram informadas sobre a greve. “Minha solução vai ter que ser voltar para a casa, porque a firma fica muito longe. É um direito deles sim, mas é muito complicado. Prejudica a gente”, contaram.
Os terminais de ônibus foram fechados e Campo Grande amanheceu sem transporte coletivo após decisão do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), que não conseguiu acordo de reajuste salarial com o Consórcio Guaicurus. “Hoje não volta mais”, garantiu o presidente do Sindicado, Demétrio Ferreira de Freitas.
Com informações do site Campo Grande News