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sexta-feira, maio 3, 2024
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Mosquitos com Wolbachia já ajudam no controle da dengue em Campo Grande

Campo Grande está na contramão de outras capitais brasileiras no que se refere ao aumento de casos de dengue neste início do ano com apenas 375 notificações e isso graças ao Projeto Wolbachia, que começou a ser implementado na Capital em dezembro de 2020.

Para quem não sabe, o Método Wolbachia consiste na liberação do mosquito Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 50% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti.

Quando presente neste mosquito, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações.

Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo. A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Veruska Lahdo, informa que os resultados da liberação dos mosquitos em Niterói (RJ), primeira cidade brasileira a testar o método, apontam que, dois anos após a soltura dos chamados wolbitos, já foi possível perceber uma redução no número de casos de até 70%.

Quatro anos depois, foi notificado no mesmo município fluminense uma redução de até 90% dos casos. E o mesmo já pode ser notado nos primeiros bairros de Campo Grande que receberam o projeto há mais de dois anos.

Entre os locais das primeiras fases estão Aero Rancho, Tijuca, Batistão, Parati e Los Angeles. E a redução na incidência nesses bairros também pode ser notada. Segundo dados da Sesau, em janeiro de 2020, antes do início da implantação do projeto, sete localidades eram classificadas como risco, ou seja, tinham um índice alto de locais em que focos do mosquito foram encontrados.

Em 2022 e 2023, foram seis bairros classificados na área vermelha. Já neste ano foram apenas três, e todos eles tiveram a soltura dos mosquitos realizada nas fases 3 e 4 do projeto, estando fora do prazo de dois anos de implementação. No ano passado, um dos bairros que teve notificação de risco foi o Batistão, o qual, atualmente, já está fora da classificação dois anos após a soltura dos wolbitos.

A última fase de soltura dos mosquitos foi realizada em dezembro de 2023. Dessa forma, a Sesau esclarece que agora entra a parte de levantamento de resultados. Em Niterói, município-modelo, esse período de avaliação durou um ano. Veruska também pontua que a secretaria está em constante vigilância, já que o período de maior incidência de dengue vai de janeiro a maio, podendo haver aumento nos próximos meses, como foi em 2022, em que janeiro teve 579 casos e abril e maio tiveram 3.385 e 4.077, respectivamente.

Em janeiro de 2020, antes do projeto, foram notificados 3.159 casos de dengue na Capital. Em 2021, foram 307 casos, no entanto, esse número foi influenciado pela Covid-19, que reduziu significativamente a mobilidade e a presença das pessoas nas unidades de saúde, podendo ter ocorrido uma subnotificação.

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