Ao participar nesta quinta-feira (23) da assinatura do contrato de concessão da MS-112 e de trechos de duas rodovias federais (BR-158 e BR-436), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro, manifestou opinião que a ANTT ( Agência Nacional de Transporte Terrestre), deveria se ” inspirar” na modelagem de concessão adotada pelo Governo do Estado , na formatação do modelo de relicitação da concessão da BR-163. “A audiência pública realizada a última terça-feira na Assembleia, deixou evidente que a proposta submetida a consulta pública não tem consistência e certamente, se for implementada, tem muita chance de termos um segundo processo de concessão fracassado , adiando indefinidamente os investimentos que o principal eixo rodoviário do Estado precisa”, avalia Gerson. O presidente do Legislativo Estadual assinou como testemunha o contrato de concessão firmado pelo Governo do Estado, ao lado do governador Eduardo Riedel.
O deputado diz que o modelo de concessão adotado Estado com sucesso na MS-306 (trecho Costa Rica/Chapadão do Sul/ Cassilândia) e replicado agora nestas três rodovias da região do Bolsão , pode ser um ponto de partida para formatar a concessão da BR-163. “É preciso definir um plano de investimento, que passa necessariamente pelo aporte de recursos federais para amortecer o impacto sobre o preço do pedágio .Duplicar toda a rodovia , fazer todas as obras necessárias nas travessias urbanas, como o novo anel viário de Campo Grande e querer um pedágio barato, me parece uma equação inviável de ser alcançada”, comenta Gerson para quem “qualquer sugestão de obras e intervenções são válidas, desde que o autor da ideia indique quem vai pagar a conta”.
A concessão
Nesta quinta-feira o Governo do Estado assinou contrato de concessão com o Grupo Wayque que administrará a MS-112, entre Três Lagoas e Cassilândia, passando por Inocência; BR-158 (entre o entroncamento da MS-306 em Cassilândia até a MSS-444 (Selvíria), passando por Aparecida do Taboado e Paranaíba e BR-436 (do entroncamento com a BR-158( Aparecida do Taboado) até a divisa com São Paulo, incluindo a ponte rodoferroviária. O Grupo Wayque é também responsável pela administração da MS-306.
A previsão do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas) – responsável pelos projetos de privatização, por parte do Governo Estadual – é que a concessão atinja diretamente 230 mil habitantes dos municípios por onde passam as rodovias, que são Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Três Lagoas. Ao longo do contrato de concessão o investimento previsto é de R$ 3,8 bilhões. Serão seis praças de pedágio entre as cidades e, em cinco delas, a taxa custará R$ 12,32.O pedágio na ponte sobre o Rio Paraná, que divide Mato Grosso do Sul e São Paulo, será de R$ 4.
A empresa deverá aumentar em 40 centímetros a pista, com o serviço de capina nas margens das rodovias. Uma terceira faixa e acostamento deverão ser implementados, ao longo do tempo de concessão. As máquinas vão entrar em ação a partir de 2 de abril, uma quarta-feira, também com serviços de tapa-buraco. O Grupo Tim realizará, até o final de 2024, a cobertura telefônica em todas as rodovias – oferecendo sinal telefônico para ligação de qualquer lugar. As melhorias na rodovia vão reduzir o tempo de viagem no trajeto e melhorar as condições de escoamento da região que vai receber grande investimento na área de celulose.