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Carteiro que correu todas as edições da Volta das Nações se prepara para disputar a Corrida do Pantanal

Nunca é tarde para começar a praticar esportes. O carteiro Emídio Gonçalves Alves tinha 42 anos quando conheceu o universo das corridas de rua, e desde que competiu pela primeira vez, não parou mais. Já são 20 anos dedicados ao atletismo, período em que o carteiro coleciona medalhas, histórias de superação e benefícios para a saúde.

Quando ingressou nos Correios, em 2002, Emídio tinha dificuldade para encarar a rotina de entregar correspondências pelas ruas de Campo Grande. Tudo começou a mudar na vida dele depois do incentivo para fazer atividade física.

“Eu pesava 80 kg. Me dava febre todo dia porque eu ficava na rua pedalando em média 4 horas durante a tarde. Aí o pessoal começou a fazer exercícios laborais no departamento, e isso foi me ajudando. Quando surgiu a oportunidade de correr, aí me apaixonei de primeira”, conta Emídio.

À época, os Correios promoviam anualmente a Corrida do Carteiro, com circuitos de 5 e 10 km. Emídio perdeu peso, fez treinos intensivos e terminou em primeiro lugar em sua categoria na prova de 2003. O resultado confirmou o que o carteiro já sentia: a corrida de rua é “viciante”.

Carteiro correu todas as edições da Volta das Nações e ganhou até moto zero km

Em 2009, com a popularidade das corridas de rua em alta no Brasil, o Sesi lançou em Campo Grande a Volta das Nações. O evento desafiava atletas iniciantes e experientes com percursos de 10 e 21 km. Emídio, que participou de todas as seis edições da Volta, relembra que a meia-maratona exigia bastante do físico dos competidores.

“A primeira corrida foi muito dura, porque o percurso passava pelo Sóter, entrava no Parque dos Poderes, saía na Hiroshima, ia até o final dela e voltava. Era uma subida muito íngreme. Da segunda edição em diante, tiraram a parte alta da Hiroshima. Aumentaram o percurso dentro do parque, que é plano e tem mais arborização, o que ameniza o calor”, relata o atleta.

Emídio guarda com carinho todas as medalhas conquistadas na Volta das Nações. Mas o carteiro ganhou mais do que isso: em 2012, ele foi sorteado com uma motocicleta zero km, oferecida pelo Sesi como prêmio a quem participasse das seletivas realizadas no interior do Estado. Emídio viajou da Capital a Três Lagoas correr a prova de 10 km. “Tenho a moto até hoje, ando com ela todo dia”, diz.

Corrida do Pantanal marca a retomada de Emídio às provas de rua após auge da pandemia

Nunca é tarde para recomeçar a praticar esportes. Depois de um longo período afastado das corridas de rua por conta da pandemia, Emídio se prepara para voltar a fazer o que ama. Aos 62 anos e pesando 66 kg, o carteiro está de olho na Corrida do Pantanal, evento que dá sequência ao legado da Volta das Nações. Ele tem dividido a rotina diária entre trabalho, exames médicos e treinamentos.

Provas de rua como a Corrida do Pantanal atraem milhares de iniciantes, assim como Emídio foi um dia. Neste ano, são esperados 15 mil participantes para a caminhada de 5 km e as corridas de 7 km e 15 km. O carteiro reconhece os benefícios que o esporte trouxe para sua vida e recomenda a corrida de rua para quem busca boa saúde.

“Para quem vai começar a correr, torço para que tome gosto. Você pode até achar que esse povo da corrida é meio doido. Eu sou muito determinado, não treino só porque tem companhia. Sempre treinei sozinho, e só depois de um tempo comecei a treinar com o pessoal junto. Graças a Deus, continuo nos Correios, fazendo o que faço, entregando carta, graças ao esporte”, conclui.

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