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Bolsonaro convoca ato em São Paulo no dia 25 e vinda à Capital fica ameaçada

A vinda do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) a Campo Grande, no dia 24, está ameaçada, pois não está mais confirmado que ele acompanhará a esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em evento do PL Mulher de Mato Grosso do Sul no espaço Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês, na saída para Cuiabá (MT).

O motivo é que Bolsonaro publicou em suas redes sociais um vídeo convocando seus apoiadores para um ato político na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), no dia 25, ou seja, um dia depois do evento com Michelle Bolsonaro em Campo Grande. Como o ex-presidente projeta uma grande manifestação, terá de estar presente na capital paulista pelo menos 24 horas antes.

No vídeo, ele se dirige aos seus seguidores em todo o Brasil, porém, em especial àqueles que moram na cidade de São Paulo. “No último domingo de fevereiro, no dia 25, às 15h, estarei na [Avenida] Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito. Eu peço a todos vocês que compareçam, trajando verde e amarelo e, mais do que isso, não compareçam com qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja”, solicitou.

O pedido é uma forma de evitar o aumento da animosidade com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve ser o principal alvo do ato político, afinal, o magistrado está à frente das principais ações na Justiça contra o ex-presidente da República e os bolsonaristas não têm deixado passar nenhuma manifestação sem criticar o ministro e o Supremo.

Ainda na gravação, ele garante que no evento só deseja se “defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses”. “Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importante deste evento para mostrarmos para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações. O que nós queremos? Deus, pátria, família e liberdade. Até lá, se Deus quiser”, encerrou.

EVENTO MANTIDO

O Correio do Estado entrou em contato com o presidente estadual do PL, deputado federal Marcos Pollon, que confirmou a realização do Encontro PL Mulher 2024 – Mato Grosso do Sul, com abertura dos portões às 8h, início às 10h e encerramento do evento político no Bosque Expo às 12h.

“A presença da nossa primeira-dama Michelle Bolsonaro está confirmada, porém, só no dia 20 poderemos bater ou não o martelo sobre a vinda do nosso presidente Jair Bolsonaro”, informou Marcos Pollon, completando que os interessados podem se inscrever pelo link https://bit.ly/m/plmulherms.

Pollon ainda completou que, durante o evento, o deputado estadual Rafael Tavares, que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assinará a ficha de filiação ao PL para concorrer nas eleições municipais deste ano em Campo Grande.

Questionado se Rafael Tavares disputará uma cadeira na Câmara Municipal da Capital ou ao cargo de chefe do Executivo, o presidente estadual do PL disse que todos os filiados do partido podem ser pré-candidatos tanto a prefeito quanto a vereador.

“Todos os nomes estão à disposição do presidente Bolsonaro. Se ele escolher o Rafael, terá o meu apoio”, garantiu.

O deputado federal acrescentou ainda que, particularmente, acredita que Rafael Tavares é um bom nome, tanto para ser o candidato a prefeito quanto para vereador pelo partido nas eleições deste ano.

“O sentimento de reparação da injustiça que fizeram contra ele, cassando o mandato de deputado estadual depois que obteve mais de 18 mil votos nas últimas eleições, pode ajudá-lo na campanha eleitoral”, apostou.

DIA D

No dia 24, em Campo Grande, mais do que fazer companhia para a esposa, Bolsonaro terá a difícil missão de definir o “destino” do partido nas eleições municipais na Capital e no interior do Estado, pois, a cerca de oito meses do primeiro turno do pleito, o PL ainda não tem um nome consolidado para ser o pré-candidato a prefeito da Capital.

O virtual pré-candidato seria o atual presidente estadual da sigla, deputado federal Marcos Pollon, porém, em razão do fraco desempenho nas pesquisas de intenções de votos realizadas no ano passado, o nome dele deixou de empolgar a cúpula nacional do PL, algo que ficou claro em live de realizada por Bolsonaro.

Na transmissão via YouTube, ao falar sobre candidaturas próprias do partido pelo País, o ex-presidente deu como exemplo a cidade de Campo Grande, porém, apesar de citar que o PL deve ter candidato próprio na Capital, em nenhum momento citou o nome de Marcos Pollon como o pré-candidato da legenda.

“Onde tem mais de 200 mil habitantes. Por exemplo, Campo Grande, estamos acertando ver se teremos candidato em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, porque podemos ir para o segundo turno. E se não for, a gente encerra com aquele de oposição à esquerda”, justificou.

Entretanto, na mesma declaração, Bolsonaro reforçou a preocupação sobre a divisão de votos da direita na Capital, citando o PP, da prefeita Adriane Lopes, reforçando que não seria aconselhável que os dois partidos da mesma orientação política lançassem candidatos para a prefeitura municipal, pois isso dividiria os votos e acabaria por favorecer o PT, sendo mais viável um diálogo entre ambos – leia-se uma aliança.

Além disso, conforme as pesquisas, o deputado estadual Coronel David (PL) e o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) aparecem com porcentuais muito melhores do que o apresentado por Marcos Pollon, o que acaba por colocar em xeque o nome do presidente estadual da legenda como melhor opção.

Para agravar ainda mais o quadro, o ex-presidente da República terá pela frente um diretório estadual rachado, entretanto, desde a deflagração da Operação Tempus Veritatis pela Polícia Federal (PF), contra militares do Exército que integraram o governo de Bolsonaro e estariam envolvidos na tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder, todas as alas do PL se fecharam em prol do líder maior da legenda.

No entanto, correndo por fora, Bolsonaro ainda tem a pressão da senadora Tereza Cristina (PP), sua ex-ministra da Agricultura e Pecuária, para que declare apoio à reeleição da prefeita Adriane Lopes.

Conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o ex-presidente é muito amigo de Tereza Cristina, de quem costuma ouvir muitos conselhos, portanto, em razão da confusão em que está o PL no Estado, Bolsonaro pode tomar uma decisão salomônica e optar por orientar o partido a caminhar com o PP em Campo Grande.

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