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terça-feira, novembro 26, 2024
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Festival de Cultura Indígena resgata valores étnicos e beleza dos povos originários de Campo Grande

A praça Ari Coelho foi o cenário para duas noites seguidas para apresentação de belezas das artes, grafismo, culinária e encantos étnicos da cultura dos povos indígenas de Campo Grande. A Prefeitura Municipal, por meio da Subsecretaria de Defesa de Direitos Humanos (SDHU), promoveu o 1º Festival de Cultura Indígena.

“Na semana em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, resolvemos produzir esse festival por meio da Coordenadoria de Defesa das Populações e Comunidades Indígenas da SDHU para homenagear os povos originários de Campo Grande. Hoje existem 21 aldeias em seu território, sendo oito reconhecidas pela prefeitura, duas em fase de reassentamento e 11 em aglomerados. Sentimos a necessidade de resgatar e valorizar essa cultura tão rica em sua singularidade”, explica Amadeu Borges, subsecretário da SDHU.

A primeira noite, aberta na última segunda-feira (18), foi marcada por atrações musicais com o cantor Itamar Jorge (indío terena), o gaiteiro da Aldeia Urbana Marçal de Souza, Sebastião Claudinei e o DJ Peyo Kaxe Planalto. A praça também foi palco para a apreciação da gastronomia de origem terena como Hihi, Yukui, Lapápê e Poreo.

Indígenas ceramistas tiveram a oportunidade de exporem suas produções, uma oportunidade também para os visitantes contemplarem as peças étnicas. “Ficamos quase dois anos sem expor nossos trabalhos por conta da pandemia e estar hoje aqui nesse festival é uma grande alegria para retomar nossas atividades” aponta Élida Fátima, indígena terena integrante da Associação das Mulheres Artesãs, localizada no Jardim Noroeste.

Concurso Miss e Mister Indígena CG 2022

O festival também consagrou a beleza e a identidade dos indígenas com o Concurso Miss e Mister CG 2022 na noite desta terça-feira (19). O desfile contou com a participação de 16 candidatas e 06 candidatos, que desfilaram em dois trajes (casual e étnico) e avaliados por quatro jurados. Entre eles, estava a Miss Simpatia Indígena 2011, Eli Mamedes, da aldeia Nova Buriti.

“Já participei de muitos concursos e o que é mais avaliado são os itens que representam a nossa cultura, nossos trajes típicos, a pintura corporal, o cocar e as sementes. São esses itens que valem pontos, é o que soma na hora de se eleger uma miss e um mister”, explica. A miss ainda aponta a importância do festival em um momento pós-isolamento da pandemia. “É muito bacana o poder público estar dando esse apoio, parabenizo a prefeitura por realizar esse evento de incentivo a valorização da nossa cultura”.

O concurso elegeu quatro finalistas, sendo miss e mister indígena CG e miss e mister simpatia CG. Levando o primeiro lugar entre as 16 candidatas está Ana Malheiros Batista, da Aldeia Urbana Marçal de Souza. “Eu nem imaginava que poderia vencer esse concurso, eu nem iria participar; fui motivada pela minha família e o cacique da nossa aldeia a me inscrever. E é uma sensação incrível, inesperada ficar em primeiro lugar, porque eu viria aqui só para me divertir, dar força para minha comunidade. Não viria para competir. Mas não tem como negar que é muito bom vencer, estou muito feliz”, exalta a jovem miss em seu primeiro concurso de beleza.

Já o título de miss simpatia ficou com Natielly Souza Albuquerque, da aldeia Inamati Koconeti. O mister indígena CG ficou com Jean Antônio, da Aldeia Urbana Marçal de Souza. Tímido e muito surpreso ao conquistar a faixa, resumiu em dizer que ficou muito feliz em levar o título para sua comunidade e ainda representar Campo Grande. O mister simpatia ficou com Jefferson Pereira Mota, da Aldeia Urbana Tarsila do Amaral.

Os troféus levaram o nome de Adierson Venâncio Mota, uma homenagem a um dos mais atuantes líderes indígenas de Mato Grosso do Sul. Foi cacique e responsável pela entrega do loteamento e aldeia urbana Tarsila do Amaral. O índio terena também foi quem idealizou os Jogos Indígenas Urbanos e responsável por inseri-los no calendário oficial do Estado.

Adierson também foi Coordenador de Assuntos Indígenas de Campo Grande e fundador do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas. Atuou também como assessor parlamentar na Câmara de Vereadores de Campo Grande.

A realização do Festival de Cultura Indígena de Campo Grande foi uma parceria da SDHU com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) e integra o Projeto Reviva Mais Campo Grande por meio dos Direitos Humanos.

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