Após a tragédia na BR-116, em Minas Gerais, que resultou em 41 mortes, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) apresentou um requerimento, neste domingo (22), para a criação de uma comissão externa no Senado Federal que investigue a situação das rodovias brasileiras. A insegurança nas estradas já havia motivado o parlamentar a cobrar em Plenário, que a Comissão de Infraestrutura faça uma audiência pública para apurar responsabilidades e o descumprimento de contratos de concessão.
O senador sul-mato-grossense, que acompanha de perto a situação da BR-163, destacou que esse é mais um exemplo do descaso com a infraestrutura rodoviária no país.
“A BR-163, em MS, deveria estar duplicada há anos. Em vez disso, seguimos enfrentando mortes e descumprimento de contratos. Tiraram os radares e ignoraram o compromisso com a segurança. Agora, aprovaram uma repactuação absurda, com duplicação de um trecho menor e possibilidade de aumento no pedágio. O relator do TCU foi contra, mas, ainda assim, essa repactuação foi aprovada. Queremos respostas e soluções urgentes!”, afirmou o senador.
Além da criação da comissão externa, o parlamentar pediu o apoio a outros parlamentares para ampliar o debate proposto pela audiência pública na Comissão de Infraestrutura. O objetivo é abordar outras rodovias críticas do país, além de cobrar responsabilidades de órgãos e empresas envolvidos na gestão e fiscalização das estradas.
“Precisamos sair do discurso e ir para a ação. Investigar os pontos mais críticos, identificar falhas e cobrar diretamente aqueles que têm responsabilidade. Não dá mais para esperar tragédias como a da BR-116 ou as inúmeras da BR-163 para agir”, reforçou.
O parlamentar também pontuou a necessidade de maior transparência e fiscalização no cumprimento dos contratos de concessão. “Rodovias seguras não são um luxo, são uma obrigação. É inadmissível que vidas continuem sendo perdidas por descaso e omissão”, concluiu.
A proposta de criação da comissão e a ampliação do debate na Comissão de Infraestrutura precisam ser aprovadas pela comissão pertinente, com expectativa de avanços ainda no início do próximo ano.