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Na Fiems, ministra Simone Tebet discute sobre rotas de integração econômica da América Latina

Rota Bioceânica e alternativas de integração econômica da América do Sul foram o tema de uma reunião empresarial promovida pela Fiems nesta sexta-feira (20/09), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande. O encontro contou com a participação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, e da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, além da presença de autoridades, diretores da entidade, representantes de entidades classistas, empresários e executivos do segmento industrial.

A ministra fez uma apresentação sobre as cinco rotas de integração sul-americana, previstas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que podem entrar em funcionamento até 2028. Um dos objetivos das obras é escoar a produção brasileira por meio de portos no Oceano Pacífico e conectar mercados em nível continental. 

Ao ressaltar o diálogo entre o poder público e a iniciativa privada, Sérgio Longen manifestou preocupação com o posicionamento da indústria nacional diante dos novos desafios econômicos a partir da implantação da Rota Bioceânica.

“O Brasil tem um custo de produção diferenciado em relação ao resto do mundo. Produtos asiáticos vão chegar de forma mais competitiva ao país por meio dessas rotas. Não defendo protecionismo para a indústria nacional, pelo contrário, defendo avaliarmos oportunidades com essa situação. Sei que vamos encontrar a saída para isso, mas não podemos deixar de olhar para esse tema com preocupação. É algo que não depende exclusivamente do governo federal ou estadual, mas a regulação muitas vezes traz preocupação para a iniciativa privada”.

Simone Tebet destacou a importância de ouvir as demandas do setor produtivo para construir soluções de forma conjunta. 

“Viemos discutir com a Fiems, ouvir as demandas, e a partir daí abrir um leque de oportunidades jamais imaginadas para Mato Grosso do Sul e o Centro-Oeste. Algumas demandas e problemas são infinitamente pequenos diante da grandeza que se vislumbra de futuro promissor para Mato Grosso do Sul e o Brasil. Esses problemas eu venho ouvir de quem entende, quem está ali e vai se utilizar dessa rota. Como aqui, no caso, a Federação das Indústrias, e também o comércio e os demais setores produtivos”.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, chamou a atenção para novas oportunidades econômicas com a importação de produtos de outros mercados.

“Vamos chegar ao mercado asiático com produtos com menor custo, mas isso também dá competitividade aos produtos asiáticos chegarem aqui. Isso cria uma oportunidade para Mato Grosso do Sul. Talvez possamos ter a opção de sermos um grande distribuidor de produtos asiáticos para a economia brasileira, substituindo o local de importação de Santos para Mato Grosso do Sul”.

Em coletiva de imprensa, a ministra do Planejamento e Orçamento anunciou que começaram nesta semana as obras da alça de acesso à ponte sobre o rio Paraguai em Porto Murtinho. São cerca de R$ 470 milhões para a construção de 13 km de acessos viários, com previsão de conclusão em dois anos. 

Sobre a Rota Bioceânica

A megaestrada ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, cruzando quatro países para conectar os portos de Santos e Antofagasta, no Chile. Mato Grosso do Sul será cortado de leste a oeste e receberá uma ponte internacional em Porto Murtinho. A previsão de operação da rota é 2026.

Entre as vantagens esperadas pela implantação da Rota Bioceânica, estão o aumento da competitividade e da integração regional, o desenvolvimento de novas cadeias produtivas e a redução dos custos de transporte e armazenagem de mercadorias.

De acordo com estudos do Observatório da Indústria da Fiems, a Rota Bioceânica poderá encurtar em até 12 dias a viagem marítima das exportações brasileiras até Xangai (China), com redução de custos estimada em até 30%.  Em plena operação, a Rota Bioceânica poderá viabilizar receita anual de exportação superior a US$ 5 bilhões de dólares a partir de produtos como: complexo soja (grãos, óleo, farinhas e pellets), celulose, complexo frigorífico (carnes bovinas e suínas, aves e peixes), milho, açúcar, ferro e minerais metálicos.

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