A concessão da BR-163, principal rodovia federal que corta Mato Grosso do Sul, de norte a sul, voltou a ser debatida pelo deputado Roberto Hashioka (União). Na sessão ordinária desta terça-feira (16), o parlamentar apresentou na tribuna dados que baseiam a urgência na retomada da duplicação da via.
“Iniciada a concessão em 2014, foram realizados 18% da duplicação pela CCR MSVia. Pagamos vários impostos e pedágios numa rodovia que não oferece segurança aos sul-mato-grossenses. A empresa informou que em 2022 investiu R$ 450 milhões e teve uma receita de R$ 163 milhões. Em 2023, investiu R$ 430 milhões e repetiu um prejuízo em torno de R$ 300 milhões. Portanto, significa que investiu R$ 500 mil por quilômetro por ano. Como esses prejuízos financeiros, como uma empresa insiste em querer ficar com a concessão? Não entendo esse interesse”, disse.
O deputado destacou ainda as responsabilidades da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Os interesses do cidadão e público não está sendo cumpridos, uma vez que o serviço público, ou seja a concessão da rodovia, seja prestado com qualidade. Registramos 53 óbitos em 2022. Já em 2023, foram 755 acidentes com ocorrência, 1745 com pessoas e 64 vítimas fatais. Neste ano, tivemos 354 acidentes, com 21 óbitos”.
A nova concessão, que depende da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU), prevê apenas 190 quilômetros de duplicação. “60% da rodovia continuaria com a via simples. Faixa adicional não traz segurança. Já se passaram 10 anos da concessão, faltam 20 anos. E agora, com a nova proposta serão mais 15 anos, ou seja, mais 35 anos de concessão, com previsão de R$ 12 bilhões de investimentos. Precisamos fazer uma auditoria para estudarmos os dados da CCR MSVia”, afirmou Hashioka.