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Laudo da Polícia Científica de MS revela que a sucuri Ana Júlia morreu de causas naturais

A Polícia Científica de Mato Grosso do Sul informou que a causa da morte da sucuri Ana Júlia, a cobra de sete metros de comprimento mais famosa do mundo, foi natural.

O corpo da sucuri foi encontrado há uma semana às margens do Rio Formoso, no município de Bonito (MS), principal destino do ecoturismo no Brasil, e, a princípio, a hipótese era de que ela tinha sido morta a tiros.

No entanto, conforme o site G1, Ana Júlia morreu de causas naturais. No dia 24 de março, o documentarista de vida selvagem, Cristian Dimitrius, encontrou a cobra, de quase 7 metros, morta, às margens do Rio Formoso.

Ele imediatamente identificou o animal como o mesmo que tinha viralizado poucos dias antes em um vídeo compartilhado pelo biólogo holandês Freek Vonk e em vários outros registros feitos na região, nos últimos anos.

A morte da famosa sucuri provocou comoção na cidade e no Estado, sendo que várias hipóteses começaram a ser levantadas, algumas, inclusive, de violência contra o animal.

Dois dias depois, no dia 26 de março, as equipes da PMA (Polícia Militar Ambiental), da Polícia Civil, do Instituto de Criminalística da Polícia Civil e uma bióloga estiveram no local.

“O principal objetivo nosso era caracterizar ou não se a serpente foi morta de forma violenta por um disparo de arma de fogo ou até mesmo se ela tinha algumas lesões contusas que justificassem a morte dela”, apontou ao site G1 o diretor da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul, Emerson Lopes dos Reis.

Ele explicou que no próprio local a perita veterinária não encontrou lesões no animal condizentes com disparos de arma de fogo, mas que mesmo assim ela decidiu trazer a cobra para Campo Grande para a realização de exames complementares.

“Ela realizou outros exames, como imagens por raio-x, para que ela pudesse ter uma certeza de que esse animal não sofreu nenhum tipo de disparo de arma de fogo”, detalhou.

“Nós fizemos exames radiográficos, não encontramos nenhuma fratura na região da cabeça, que era suspeita inicialmente de ter sido lesionada e descartamos a hipótese de morte violenta…Visto que o animal não teve uma morte violenta restou portanto uma morte por consequência de uma patologia ou alguma questão própria do animal onde ela vive, sem interferência humana na morte desse animal”, explicou a perita Maristela Melo de Oliveira.

A perita revelou ainda que aproveitou o exame para fazer a medição do animal, que atingiu os 6 metros e 36 centímetros, e também para fazer a coleta de DNA para fazer o sequenciamento genético e de outros materiais biológicos. “Coletamos esse material a fim de preservar, para interesse científico e estudos relacionados à genética desse animal”, pontuou Maristela.

O documentarista Cristian Dimitrius foi um dos primeiros a registrar a cobra nas águas límpidas do Rio Formoso. Ao longo de uma década, quase que anualmente o especialista em registros da vida selvagem desembarcou na cidade para visitar a serpente.

O documentarista comenta que o nome Ana Júlia é uma ligação direta à tradução da palavra “sucuri” para o inglês, que é Anaconda. Além de ser uma homenagem à música “Anna Júlia”, da banda brasileira Los Hermanos.

“Inicialmente não tínhamos nomes, não sabíamos reconhecer cada indivíduo. Com o passar do tempo passamos a entender melhor cada local, cada seguimento do rio e cada indivíduo que habitava ali. Quando pensei em ‘ana alguma coisa’, a primeira que veio na cabeça foi ‘Ana Julia’, por causa da música dos Los Hermanos”, relembra Dimitrius.

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