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Presídio Federal de Campo Grande terá revista diária em celas e rondas externas

O Presídio Federal de Campo Grande deverá adotar uma série de medidas de intensificação das rotinas de segurança. A determinação foi formalizada nesta terça-feira (20) pelo Ministério da Justiça e válida para os cinco presídios federais do País, com objetivo de aumentar a segurança após a fuga de dois detentos da penitenciária de Mossoró, ocorrida no dia 13 de fevereiro.

Além de Campo Grande, as penitenciárias federais estão localizadas em Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).

Conforme o Ministério da Justiça, dentre as medidas a serem adotadas estão revistas diárias em todas as celas, pátios e parlatórios.

O documento também indica melhorias nas estruturas de iluminação no interior das celas e instalação de refletores, lâmpadas e luminárias em locais de baixa luminosidade e em outros pontos estratégicos.

O ofício lista ainda a qualificação do sistema de videomonitoramento nas Unidades Penais Federais, e o mapeamento de grades nos espaços verticais destinados a dutos, tubulações e sistemas de ventilação e elétrico, nos locais sem laje.

Além das medidas estruturais, é solicitado o reforço do efetivo de policiais penais nas cinco sedes e rondas externas para complementar os serviços de vigilância. Se necessário, as missões previamente definidas dos servidores lotados nas unidades serão suspensas.

A adoção das medidas mitigadoras contempla inspeções prediais in loco das estruturas de segurança contra incêndios, instalações hidráulicas e sanitárias, elétricas de baixa e média tensão, sistema de ventilação e refrigeração e estação de tratamento de esgoto, com posterior realização de laudo técnico.

Pente-fino

Logo após a fuga em Mossoró, foram adotadas providências imediatas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Entre elas, a determinação de uma revisão minuciosa nas cinco penitenciárias federais.

Conforme o presidente do Sindicato dos Policiais Penais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinppf/MS), Renan Fonseca, o pente-fino realizado na penitenciária de Campo Grande não encontrou irregularidades.

“Eu diria que aqui em Campo Grande a gente não tem essas falhas estruturais que foram apresentadas em Mossoró. Tanto porque foi feito um pente fino agora nessa última semana. Inclusive aquele setor que teve problema [no presídio de Mossoró] aqui é diferente, é uma questão de engenharia diferente. Lógico [no caso de Mossoró] a gente sabe que tem a questão da salinidade, da umidade, e a degradação ali do patrimônio está muito mais acelerada e acentuada que qualquer uma das outras”, disse ao Correio do Estado.

Fuga em Mossoró

Em Mossoró, detentos abriram um buraco no local em que estava instalada a luminária.

Os dois fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos. Também conhecidos como “Tatu” ou “Deisinho”. A fuga foi na terça-feira (13), feriado de Carnaval.

É a primeira vez que detentos conseguem escapar de um presídio de segurança máxima do País.

Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, elencou uma série de falhas nos protocolos de segurança na unidade. Segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, o presídio passava por uma obra de manutenção.

Os presos teriam tido acesso às ferramentas utilizadas na reforma. Lewandowski afirmou que havia operários dentro da penitenciária federal e ferramentas poderiam estar ao alcance dos detentos. Os equipamentos “não estavam acondicionados e trancados”, disse o ministro.

Defeitos na construção do presídio também foram apontados. A saída pelo teto teria sido possível porque a construção é de alvenaria e não de concreto.

Os detentos se depararam com um tapume de metal na área da reforma. Para fugir, eles ultrapassaram a estrutura. Na sequência, utilizaram um alicate capaz de cortar arame para cortar as grades.

Câmeras e luzes não estavam funcionando adequadamente, disse ministro. Lewandowski disse ainda que a fuga “custou pouco” pelo fato de os presos terem utilizado as ferramentas que estavam no local.

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