Uma aeronave apreendida do narcotráfico e utilizada pelo Governo do Estado teve de realizar um pouso forçado, no fim da tarde de segunda-feira (2), na saída de Cuiabá, em Campo Grande (MS). O Cessna apreendido em 2020, era utilizado por uma quadrilha de traficantes internacionais de drogas e, desde 2022, está a serviço do Estado.
A aeronave saiu de Corumbá (MS) e, ao chegar no espaço aéreo da Capital, o piloto teve que realizar a manobra conseguindo pousar na saída para Cuiabá em uma área depois do Shopping Bosque dos Ipês.
Uma investigação foi iniciada ontem (3) com as participações do DRACCO (Departamento de Repressão a Corrupção ao Crime Organizado), do 4º Seripa (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
A aeronave era utilizada em um esquema das maiores quadrilhas do tráfico internacional de drogas do País comandada pelo ex-major PM Sérgio Roberto de Carvalho, 65 anos, mais conhecido como “Major Carvalho” ou como “Pablo Escobar Brasileiro”, que está em uma prisão na Bélgica desde junho deste ano.
Antes de ser preso na Europa, Major Carvalho foi alvo de 49 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão temporária e seis de prisão preventiva em vários estados brasileiros. Ele entrou para a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul no fim da década de 1980, como comandante do Batalhão Militar de Amambai, área de fronteira do Estado com o Paraguai.
Na década de 1990, já estava envolvido com atos ilícitos, como o contrabando de pneus. Anos depois, o ex-major foi pego contrabandeando uísque. Em 1997, Carvalho já transportava cocaína da Colômbia e da Bolívia até o interior de São Paulo. No mesmo ano, o ex-major foi transferido para a reserva remunerada da Polícia Militar de MS. Porém, no ano seguinte, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de 237 kg de cocaína.
Após um longo processo, que culminou na perda de seu posto e de sua patente, sua aposentadoria foi suspensa em 2010. No entanto, em 2016, ele conseguiu reaver na Justiça o benefício de R$ 9,5 mil mensais. Três anos depois, foi novamente condenado, desta vez a 15 anos e três meses de prisão, por usar laranjas em empresas de fachada para movimentar R$ 60 milhões. O ex-policial militar também foi condenado, em 2008, a 15 anos de prisão por tráfico de drogas.