Com investimento de R$ 1 bilhão, o fundo de infestimentos FIP Agroenergia, com sede em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, promete tirar do buraco e aumentar a produção de duas usinas de açúcar e álcool que estão em recuperação judicial faz anos em Mato Grosso do Sul., conforme balaço trimestral divulgado pelo conglomerado nesta terça-feira (22)
Um dos alvos dos sheiks do petróleo, que agora estão investindo na produção de etanol, é a usina Santa Luzia, instalada desde 2007 em Nova Alvorada do Sul, às margens da BR-267.
Embora esteja em recuperação judicial desde 2019, a empresa conseguiu fechar o primeiro trimestre de 2023 no azul, obtendo lucro líquido de 128,9 milhões, conforme balanço trimestral publicado nesta terça-feira (22).
O saldo, porém, é 41% (R$ 90 milhões de reais) menor que em igual período do ano passado, quando a empresa fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 219 milhões.
Em novembro do ano passado o fundo de investimentos dos emirados árabes assinou a compra 31,5% da empresa e a partir de agora está injetando R$ 500 milhões nesta unidade, principalmente na produção agrícola. Com o dinheiro, além de colocar os contas em dia, promete elevar em cerca de 40% a produção.
Na última safra a usina processou 4 milhões de toneladas de cana e agora, com o dinheiro novo, a meta é chegar à capacidade máxima e produzir 5,5 milhões de toneladas por ano.
Ainda de acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira, boa parte das dívidas que levaram a usina, que até então era controlada pela Odebrecht, a pedir recuperação judicial, já começaram a ser pagas ou estão parceladas e com previsão de pagamento acordadas.
ELDORADO
Outra usina que era controlada pela Odebrecht e passou parcialmente às mãos do fundo de investimentos dos árabes que controlam o Mubadala Capital, é a usina Eldorado, instalada no município de Rio Brilhante, às margens da MS-145, rodovia que liba a BR-267 à cidade de Deodápolis.
Ao contrário da Santa Luzia, a usina Eldorado, criada há duas décadas, fechou o primeiro trimestre deste ano no vermelho, com prejuízo de R$ 13,4 milhões. No mesmo período do ano passado, o saldo foi positivo, de R$ 38 milhões, conforme números tornados públicos nesta terça-feira.
A usina também está em recuperação judicial desde 2019, por causa das dívidas “impagáveis” e assim como a Santa Luzia, repassou 31,5% do seu capital para o fundo árabe em troca de investimentos de meio bilhão de reais.
Com este dinheiro, a previsão é de que a partir de agora ela passe a operar em sua capacidade máxima, de que é de 4,1 milhões de toneladas por ano. Na última safra foram processadas 3,1 milhões e na anterior, 2,8 milhões.
Então, para alcançar a meta, a produção da empresa teria que aumentar 33% na comparação do a última colheita.
No balanço divulgado nesta terça-feira o novo controlador garante que “dará continuidade ao plano de negócios do Grupo Atvos, buscando aumentar seus níveis de produtividade, de forma a gerar mais sustentabilidade e valor para os acionistas, clientes, parceiros, colaboradores e demais públicos de interesse do Grupo”.
Ainda conforme a análise dos auditores que assinam os balanços trimestrais, a transição de controle acionário “é um marco, pois coloca um ponto final sobre qualquer conflito societário e consolida a sustentabilidade do negócio em direção ao encerramento do seu processo de recuperação judicial”.
Em Mato Grosso do Sul o conglomerado controla ainda a usina de Costa Rica, cujo balanço trimestral ainda não foi publicado. A usina também está em recuperação judicial e era controlada pelo grupo Odebrecht.