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Pesquisa indica que os mais conhecidos nem sempre são os favoritos em eleições

Nem sempre os candidatos mais conhecidos são os que podem levar a melhor em uma eleição. Em muitas vezes, ser desconhecido pela maioria dos eleitores faltando mais de 1 ano para a votação não significa que o candidato terá um mau desempenho na campanha.

É o que mostra o “mercado eleitoral”, híbrido de pesquisa quantitativa e qualitativa que além de avaliar a rejeição e a imagem dos candidatos avalia também o seu potencial de crescimento ao longo do pleito.

Em Campo Grande, o Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) analisou o mercado eleitoral dos quatro pré-candidatos que estão no cenário levado à população.

Ele identificou que o deputado Zeca do PT, o mais conhecido, é o que tem o menor potencial de crescimento entre os postulantes, enquanto o deputado federal Beto Pereira (PSDB), que compõe o grupo dos que ainda não são tão conhecidos pelos eleitores, tem um grande potencial de crescimento.

A análise do mercado eleitoral feita pelo Ipems desenha o cenário a partir do porcentual de conhecimento do candidato pela população. Zeca do PT, reiterando, tem 95,1% de conhecimento dos eleitores de Campo Grande. Como a margem de erro da pesquisa é de 4,9 pontos porcentuais para mais ou para menos, é possível afirmar que ele é conhecido por praticamente todos os eleitores da Capital.

A atual prefeita, Adriane Lopes, também tem um índice de conhecimento popular alto: 74,18% do eleitorado sabe quem ela é. Beto Pereira, que vem se colocando como pré-candidato a prefeito, conseguiu um índice médio: já é conhecido por 44,58% do eleitorado da Capital. O menos conhecido nesse cenário é Marcos Pollon (PL): apenas 23,31% o conhecem.

Mercado potencial
Para se chegar ao mercado potencial de cada pré-candidato, o Ipems analisa vários fatores, entre eles, as avaliações positivas e negativas dos postulantes, além da rejeição de cada um. Nesse mesmo cálculo, ainda é levada em consideração a intenção de voto do eleitor na pesquisa estimulada, além, claro, do nível de conhecimento.

Nesse sentido, Beto Pereira (PSDB) foi o candidato com o maior mercado potencial: 72,72% de chances, seguido de Pollon (PL), com 72,72% de chances.

O mercado potencial de Adriane Lopes é de 57,78%, enquanto o de Zeca do PT é de 51,20%.

“O nível de conhecimento é muito importante. Ele demonstra a percepção do eleitor em relação àquele nome. Daí vem a imagem e a intenção de voto em relação ao nome”, explica Lauredi Sandim, presidente do Ipems. “É um misto de pesquisa quantitativa e qualitativa”, complementa.

O mercado potencial de cada candidato representa a possibilidade aberta que o eleitor tem de votar naquele candidato. Ele é quase inversamente proporcional à rejeição.

No mesmo levantamento, Zeca do PT, que é o mais conhecido, também foi o mais rejeitado, sendo reprovado por 47,42% dos eleitores. Adriane Lopes teve 37,20% de rejeição.

Mas por que Beto Pereira (21,48% de rejeição), que é mais conhecido do que Marcos Pollon (26,09% de rejeição), foi menos reprovado que o colega? Por causa das avaliações positivas e negativas relativas à sua imagem.

Beto Pereira teve 43,38% de menções positivas no universo de eleitores que já o conhecem e apenas 10,37% de menções negativas. A imagem positiva de Pollon foi algo lembrado por 32,36% dos que o conhecem, e a negativa, por 10,82%.

Em 2021, as pesquisas Ipems também mostravam uma situação semelhante em relação ao então pré-candidato nas eleições de 2022, Eduardo Riedel. Na ocasião, o tucano era pouco conhecido, por isso pouco rejeitado, e tinha um mercado eleitoral superior a 70%.

Estimulada
A pesquisa estimulada do Ipems/Correio do Estado, cujas 400 entrevistas foram feitas nos dias 18 e 19 de julho, indicou empate técnico nas três primeiras posições: Adriane Lopes aparece na frente, com 26,17%; Zeca do PT em segundo, com 25,34%; Beto Pereira em terceiro, com 18,44%; e Marcos Pollon na sequência, com 9,18%; os indecisos ou que afirmaram que anulariam o voto ou votariam em branco somaram 20,22%.

Regiões
O Ipems também aferiu o desempenho dos pré-candidatos nas sete regiões urbanas de Campo Grande. Zeca do PT lidera a disputa nas regiões do Bandeira, Lagoa e Anhanduizinho; Beto Pereira tem a dianteira nas regiões Imbirussu e Centro; e Adriane Lopes tem o melhor desempenho nas regiões Segredo e Prosa.

Marcos Pollon ficou em quarto em seis regiões, apenas no Centro, onde Beto Pereira lidera e Zeca do PT está em segundo, que ele ficou na frente de Adriane Lopes.

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