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quinta-feira, outubro 31, 2024
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Abundância de chuvas reduz riscos de queimadas no Pantanal

Durante o segundo semestre deste ano, espera-se que, em função da abundância de chuvas que já ocorreram, o risco de ocorrer incêndios de grande magnitude no Pantanal seja menor.

Segundo o pesquisador do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec/MS), Vinicius Sperling, apesar da estiagem que já começou e vai se estender por todo Inverno com ocorrência esparsa de chuvas o risco dos incêndios ainda é pequeno.

“Os fatores meteorológicos podem atingir condições ideais em meados de julho para ocorrência dos incêndios, porém os fatores climáticos são desfavoráveis, como as chuvas acima da média que provocaram alagamento da planície”, explica.

Conforme divulgado pelo Cemtec, no primeiro semestre de 2023, o município de Corumbá, que abriga a maior parte do Pantanal sul-mato-grossense, registrou precipitação acumulada de 1.046 milímetros.

Esse número é 13% maior do que a média histórica anual, que é de 921 milímetros.

Em Aquidauana e Miranda municípios também localizados na planície pantaneira a precipitação acumulada superou em muito a média para o semestre.

Enquanto na região de São Gabriel do Oeste, Coxim, Rio Verde, que estão na borda e abrigam rios importantes subsidiários do Pantanal, igualmente as chuvas foram abundantes.

Em todos os municípios monitorados, a precipitação acumulada superou a média histórica para o semestre.

Em Campo Grande, o nível de chuva foi de 1.191,8 milímetros entre 1º de janeiro e 30 de junho, o que representa 47,5% acima da média histórica para o período. Em grande parte do Estado os acumulados de chuva ficaram entre 800 a 1.400 milímetros.

Inundação

Ainda segundo o Cemtec, a inundação que se percebe no Pantanal tem ligação direta com a quantidade de chuvas ocorridas na região.

Não se deve ao transbordamento do rio Paraguai, que ainda se mantém em sua calha natural, observa o professor Carlos Roberto Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal.

“As chuvas que ocorrem no planalto, na região em que o rio Paraguai se encontra com o Cuiabá e o São Lourenço, são as que influenciam a cheia no Pantanal causada pelo transbordamento do rio Paraguai”, destaca.

Segundo Padovani, o nível do rio Paraguai já está baixando na região do planalto, o que presume que não haverá transbordamento neste ano.

Mesmo assim, a cheia causada pelas chuvas interrompe um período crítico de poucas chuvas que teve, como principal consequência, os incêndios ocorridos em 2019 e 2020 quando o Pantanal ardeu em chamas e teve uma parcela substantiva de sua área consumida pelo fogo.

Relembre

Em 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou recorde no número de queimadas no Pantanal. Ao todo, foram 8.899 focos de incêndios no bioma de Mato Grosso do Sul, entre janeiro e dezembro.

Corumbá foi o município com mais incêndio, com 8.105 pontos de calor, 89% do total de queimadas.

De acordo com Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), 30% do bioma foi consumido pelo fogo naquele ano. Tal área representa 4.490 mil hectares.

No Pantanal de Mato Grosso do Sul, o total foi de 1.983 hectares e em Mato Grosso foram 2.507 mil hectares destruídos pelo fogo.

À época, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), criou a Operação Focus para apurar os incêndios nas propriedades locais do Pantanal.

Foram deslocadas equipes do Corpo de Bombeiros do Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal, além da ajuda das Forças Armadas, Força Aérea, Marinha Brasileira e o Exército Nacional. Só na linha de frente aos incêndios, o número de combatentes chegou a 281.

Os dados constam na Análise Meteorológica elaborada pela equipe técnica do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), órgão vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com informações registradas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e pelas estações meteorológicas da própria Semadesc.

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