O policial militar reformado José Roberto de Souza, que matou a sangue frio o empresário Antônio Caetano, de 67 anos, dentro do Procon, no último dia 13 de fevereiro deste ano, durante uma audiência de conciliação, participou, nesta segunda-feira (3), na 2° Vara do Tribunal do Júri, da primeira audiência de instrução e julgamento.
Segundo o site Midiamax, uma das seis testemunhas ouvidas disse que o PM reformado teria apontado a arma para a cabeça dela antes de sair do prédio do Procon, em Campo Grande. O servidor do Procon que trabalha na sala em frente de onde ocorreu o crime contou que é comum os colegas auxiliarem em casos de animosidade e que foi chamado por uma servidora.
A testemunha contou que houve desentendimento na primeira audiência de conciliação, que aconteceu no dia 10 de fevereiro. Já no dia do crime, o homem foi chamado na sala por causa de briga e quando voltou para o setor foi quando o crime aconteceu.
Nesse momento, ele ouviu uma das partes falando “Você me respeita, me respeita, você pensa que tá falando com quem?”, relembrou o servidor. Ele viu uma pessoa se levantar e um dos disparos, pediu para os colegas se abaixarem e ouviu os outros dois tiros. O homem conta que não viu o policial ir embora.
Depois que pararam os disparos, ele correu para sala e retirou a colega conciliadora do ambiente. O servidor conta que durante os 19 anos na função é comum os desentendimentos aconteceram durante as audiências e que a maioria fica só nas discussões.
Em quase duas décadas na função ele contou que menos de dez brigas chegaram a vias de fato, mas que colegas já viram pessoas colocarem armas e facas em cima da mesa durante as audiências de conciliação.
Quando os funcionários veem que vai gerar briga, os servidores acionam a força policial da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), que fica no piso superior do Procon.
Além disso, acrescentou que não ocorreram mudanças na segurança do Procon depois desse fato. “É um espaço que se acontecer alguma coisa não tem pra onde correr”, relatou.
Outro servidor que foi ouvido no tribunal do júri nesta segunda contou que encontrou o autor na porta do atendimento, que fica ao lado da sala de conciliação. O policial teria apontado a arma para a cabeça do homem e depois saiu andando a passos largos, desceu a Rua 13 de Junho e virou na Rua Maracaju. A testemunha teria ouvido “Não faz isso” antes do tiro.