O Depen (Departamento Penitenciário Federal) prepara a transferência do empresário campo-grandense Jamil Name Filho, mais conhecido como “Jamilzinho”, do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para Campo Grande, onde será julgado pela execução do acadêmico de Direito Matheus Coutinho Xavier, filho do ex-capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, o “PX”, que seria o verdadeiro alvo dos pistoleiros.
O júri popular está marcado para o próximo dia 17 de julho deste ano e poderá durar até cinco dias, conforme previsão do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Em ofício encaminhado ao magistrado na semana passada, o Depen informa que deu início aos trâmites administrativos para realizar a operação, planejamento da missão e levantamento da equipe de policiais penais federais que comporão a escolta de Jamilzinho e do guarda municipal Marcelo Rios, que também está na Penitenciária Federal de Mossoró.
O terceiro réu, o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo, não teve a permanência no presídio federal renovada pelo corregedor federal e, de acordo com o diretor do Depen, Marcelo Stona, deverá ser transferido para um presídio estadual de Mato Grosso do Sul antes do julgamento. O juiz Aluízio Pereira dos Santos marcou o júri para começar no dia 17, a partir das 8h, com as testemunhas de acusação. Ele decidiu fazer uma escala de testemunhas para evitar que todas permanecessem à disposição da Justiça de segunda até quarta-feira, quando deverão ser concluídas as oitivas.
Os integrantes do júri foram avisados que poderão permanecer isolados no hotel de segunda até sexta-feira. A Polícia Militar já começou a definir o mega esquema de segurança para o júri, que será histórico e um dos maiores na história do Poder Judiciário. Jamilzinho e o pai, o empresário Jamil Name, que faleceu de Covid-19 no Presídio Federal, foram acusados de serem os mandantes do assassinato. Eles teriam contratado Juanil Miranda e José Moreira Freires, o Zezinho, para matar PX, entretanto, eles teriam executado o filho ao confundirem o rapaz com o pai quando ele manobrava a caminhonete do ex-capitão PM no momento do ataque.
Os outros réus, Rios e Olmedo, seriam intermediários do crime, enquanto os três réus negam participação no assassinato. O júri popular foi marcado para outubro de 2020, mas foi suspenso. A nova data ocorreu em 15 de fevereiro deste ano, quando o magistrado adiou para tentar viabilizar a presença física dos réus neste mês. No entanto, o ministro Rogerio Schietti Cruz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), concedeu liminar para suspender o júri até o julgamento do habeas corpus de Jamilzinho. Ele acabou recuando e liberando o júri, mas condicionou a presença física dos réus.