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Líder do Comando Vermelho em MS trabalha como garçonete na Assembleia do MT

Apontada como uma das principais líderes da organização criminosa no Centro-Oeste e encarregada de estruturar o Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul, Vânia Cristina Ribeiro de Moraes trabalha como garçonete na Assembleia Legislativa do Mato Grosso. A informação consta do pedido de prisão preventiva feito pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Dona Vânia, como é conhecida, foi um dos 92 alvos da Operação Bloodworm, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no dia 5 deste mês em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

De olho no potencial do mercado de drogas e armas de fogo, Comando Vermelho decidiu, no dia 29 de dezembro de 2021, instalar-se em Mato Grosso do Sul e disputar espaço com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A primeira surgiu em 1979 no Instituto Penal Cândido Mendes, o Caldeirão do Diabo, na Ilha Grande (RJ). A segunda surgiu nos anos 90 nos presídios de São Paulo.

De acordo com a investigação, o Comando Vermelho está bem estruturado nos estados do Mato Grosso e Tocantins e no Distrito Federal. A partir da apreensão de quatro celulares, entre outubro e dezembro de 2021, no Presídio de Segurança Máxima da Gameleira, considerado até então um dos raros presídios no País em que a circulação de telefones era comum entre os presos, o Gaeco descobriu que o grupo tinha decidido se instalar definitivamente em MS.

A primeira medida foi a criação do Conselho CV MS PY – Trem Bala, formado por 13 integrantes. O primeiro presidente foi o carioca Roberto Ricardo de Freitas Júnior, o Betinho, o O1. O vice-presidente seria Devair Pereira de Castro, o Coqueirinho, transferido do Mato Grosso para a Gameleira.

“Esses integrantes do Comando Vermelho, no mínimo desde os últimos meses do ano de 2021, agem no intuito de melhor estruturar a organização criminosa no Mato Grosso do Sul, muito embora todos já a integrem desde antes em seus Estados de origem e concentrem suas ações em prol dela. Mas, a partir do final do ano de 2021, pretenderam aumentar seu alcance e consolidar suas atividades ilícitas neste Estado. Para tanto, o objetivo era filiar o maior número possível de criminosos em seus quadros (batismos) e, com isso, aumentar o poder financeiro e bélico da organização, por meio da prática de crimes graves, a exemplo de roubos, sequestros e tráfico de drogas ilícitas e, ainda, do pagamento de contribuições de seus integrantes, conforme instituído em ‘regulamento’ próprio”, afirmam.

Após definir o conselho, eles decidiram que a arrecadação, feita a partir da cobrança mensalidade de R$ 100 dos “camisa” e das “lojinha”, iria abastecer a estruturação do Comando Vermelho no Estado.

No ano passado, Luiz Élio Gonçalves Filho, o Cabeça de Porco, foi transferido do Presídio Federal de Campo Grande para a penitenciária estadual da Gameleira, onde acabou assumindo o papel de presidente. O novo chefe do CV manteve o plano.

“Além de todos os líderes mencionados acima, outra integrante da organização criminosa que, inegavelmente, exerce função de liderança é a investigada VÂNIA CRISTINA RIBEIRO DE MORAES (‘DONA VÂNIA’). Essa investigada reside na cidade de Várzea Grande/MT e, quando não está a serviço da organização criminosa, isto é, cometendo crimes, exerce atividade laboral de garçonete na Assembleia Legislativa de Mato Grosso”, pontuaram os promotores.

“ VÂNIA CRISTINA RIBEIRO DE MORAES (“DONA VÂNIA”) é, hoje, uma das integrantes do grupo de maior influência, uma vez que atua em praticamente todos os setores da OrCrim”, acusou o Gaeco. Ela é mantem um relacionamento amoroso com o 02 da orcrim, o Coqueirinho. E é mãe do 04, Lucas Matheus Ribeiro de Moraes, o Lukinha, também preso no Gameleira.

“Inicialmente, os elementos probatórios obtidos demonstraram que ela é a responsável pela importante função de ‘Cartório do MS’ no chamado setor do ‘CADASTRO’. Nessa função controla o gerenciamento do quantitativo de membros da organização criminosa e do ingresso de novatos”, destacaram.

O CV já conta com 43 integrantes e 11 companheiros em MS, segundo conversas interceptadas pelo Gaeco durante a investigação.

Vânia é acusada de integrar outros núcleos da facção. “Assim, em razão dessa função, a investigada acaba tendo forte influência no setor do ‘PROGRESSO’, pois trata frequentemente sobre a parte financeira da organização criminosa, seja acerca da prática de crimes, seja em relação às contribuições periódicas dos integrantes ou nas atividades de prestar auxílio a outros integrantes que estão presos”, contaram os promotores.

“Mas não é só. Como ela tem um notório conhecimento acerca dos integrantes do grupo e suas atividades, ela ativamente participa do setor ‘DISCIPLINAR’, identificando aqueles que cometem transgressões ao estatuto e solicitando as punições”, pontuaram.

“Não obstante, sua presença também é identificada no setor dos ‘GRAVATAS’, tendo constantes contatos com advogados integrantes da organização criminosa. Além disso, como se verá adiante, atuou para a cooptação de policiais penais para introdução de produtos ilícitos na Penitenciária da Gameleira II (setor dos ‘COLETES’)”, descreveram, sobra a função de Dona Vânia.

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