Nos últimos 10 dias, a letalidade das operações da Polícia em Mato Grosso do Sul aumentou e já provocou a morte de 14 criminosos durante confrontos armados.
Na tarde de segunda-feira (1º), por exemplo, três homens foram mortos a tiros em Dourados por integrantes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).
Neste caso mais recente, os policiais teriam recebido a informação de que um grupo responsável por uma série de assaltos estaria numa casa no Jardim Novo Horizonte.
Durante a abordagem, os indivíduos receberam os policiais com disparos de arma de fogo e, em legítima defesa, a equipe do DOF teve de reagir. Após serem atingidos, os assaltantes foram encaminhados para o Hospital da Vida em Dourados.
Três armas de fogo, utilizadas nos assaltos e no ataque aos policiais, foram apreendidas”. De acordo com a nota, os três mortos tinham 20, 23 e 29 anos e que a partir de agora a Polícia Civil vai investigar o envolvimento do trio em uma série de assaltos em Dourados.
Eles foram identificados como Jonathan Douglas Diomasio Santana, natural de São Paulo, Erick Henrique Cardim Marques, que é do Paraná, e Vinicius Werlang, que é douradense.
A morte destes três suspeitos ocorre em meio a uma sequência de casos que vêm sendo registrados desde a noite do dia 22 de abril, quando dois suspeitos foram mortos por policiais militares em Três Lagoas após tentarem jogar drogas para dentro do presídio utilizando um drone, conforme a polícia.
Já na madrugada do dia 24, dois bandidos foram mortos por policiais civis em Dourados após serem flagrados por uma câmera de segurança invadindo uma residência e fazendo quatro pessoas reféns em Dourados. Depois que a dupla deixou o imóvel, as vítimas acionaram a polícia e os ladrões foram localizados.
E, conforme a versão oficial, os policiais foram recebidos a tiros e revidaram. Um dos envolvidos morreu no local do confronto. O outro, um venezuelano de 23 anos, foi socorrido com vida, passou por cirurgia no Hospital da Vida e morreu na madrugada de quarta-feira.
Outras duas mortes também aconteceram na madrugada do dia 24, mas em Campo Grande. Ao checarem uma denúncia sobre entrega de grande volume de drogas, policiais militares perseguiram um veículo com suspeitos e entraram em confronto com os ocupantes. Os dois foram feridos e acabaram morrendo. Durante esta operação foram apreendidos 153 quilos de pasta base de cocaína.
E na região do Pantanal, uma operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) que se arrastou durante toda a semana passada resultou na morte de três supostos arrastadores de veículos roubados para a Bolívia. Um policial chegou a ser atingido por um tiro, mas por estar com colete balístico, não sofreu ferimentos. O primeiro suspeito foi morto no dia 24, o segundo no dia 28 e a última morte ocorreu no domingo (30).
E na área rural de Ribas do Rio Pardo, na noite do último sábado (29), um homem armado com faca atacou policiais militares e acabou sendo baleado. Os PMs tentavam prender o trabalhador rural depois que ele feriu um colega de trabalho com golpes de faca, mas ele teria resistido à ordem de prisão e por isso acabou sendo ferido a tiros, vindo a morrer na sequência.
O último caso desta série ocorreu na madrugada deste dia primeiro de maio na Vila Jacy, em Campo Grande. Populares acionaram a polícia porque um homem, de 31 anos, estava fazendo disparos no meio da rua. Com a chegada dos policiais, ele se escondeu numa residência e teria atirado contra os PMs, que revidaram e feriram o atirador.
Conforme os dados oficiais disponíveis no site da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), do começo do ano até esta segunda-feira morreram 41 pessoas em confrontos com as forças policiais em Mato Grosso do Sul. Ao longo de todo o ano passado, foram 43 mortes.
Mas com as mortes durante o feriadão em Dourados, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande e em Corumbá, este número deve ser atualizado e subir para pelo menos 45, igualando o número de casos de 2021, embora ainda restem oito meses para acabar o ano.
Ainda conforme os dados da Sejusp, o ano mais letal da Polícia de Mato Grosso do Sul ocorreu em 2019, quando 58 suspeitos morreram em confrontos, o que equivale a uma morte a cada 6,3 dias. Em 2023, até o primeiro dia de maio, ocorreu uma morte a cada 2,7 dias.