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terça-feira, novembro 26, 2024
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Milionário e investigado na Vostok e Lama Asfáltica, João Baird mantinha trabalho escravo em fazenda

O milionário empresário João Roberto Baird, que é investigado por corrupção nas operações Vostok e Lama Asfáltica, é o dono da Fazenda Bandeira, onde houve flagrante de trabalho análogo à condição de escravo em Corumbá (MS). Conforme o MPT (Ministério Público do Trabalho), os trabalhadores dormiam em barracas e dividiam a água com as capivaras.

O flagrante ocorreu no dia 15 de março deste ano pela Polícia Federal e o MPF durante a Operação Paiaguas Pantanal. A propriedade de 15 mil hectares fica a 180 quilômetros de Corumbá e cinco trabalhadores foram resgatados.

O termo de ajustamento de conduta foi assinado pelo gerente da propriedade, Ivan Bento Grisoste da Silva, que representou o empresário João Baird, multado em R$ 667 mil, que incluiu R$ 37,4 mil para cada trabalhador e mais R$ 240 mil referente à indenização por danos morais individuais – o equivalente a 20 vezes o salário acordado no momento da contratação.

Conforme o MPT e a PF, os trabalhadores estavam “morando” em barracas de lona. Eles não contavam com banheiro e eram obrigados a realizar as necessidades fisiológicas no mato. Dormiam em camas precárias de madeira improvisada ou em redes.

A água usada para o consumo e para preparar os alimentos ficavam em um tanque-pipa e também era a mesma consumida pelas capivaras. Em depoimento à Polícia Federal, os operários contaram que a água tinha gosto de ferrugem.

No TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), João Baird se comprometeu a não mais submeter os trabalhadores às condições degradantes de trabalho. Ele fica obrigado a dar estrutura, fazer o registro e garantir pelo menos um descanso semanal de 24 horas. O descumprimento prevê multa.

Corrupção

João Baird foi alvo da Operação Lama Asfáltica, na qual a PF aponta o desvio de uma fortuna dos cofres públicos na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). Baird chegou a ter os bens e contas bloqueadas pela Justiça federal e estadual em ações por improbidade e criminais por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ele também foi denunciado na Operação Coffee Break, em que junto com políticos e empresários para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP) em março de 2014. O empresário também foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por integrar o suposto esquema de pagamento de propina pela JBS. A denúncia foi feita no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas encaminhada à Justiça estadual porque o empresário não tinha foro especial. Com informações do site O Jacaré

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