O Éden Lounge, conhecido bar de Campo Grande, foi autuado após equipe da 3ª Delegacia de Polícia Civil flagrar irregularidades na energia elétrica, conhecida como “gato”.
O flagrante ocorreu durante operação, que percorreu outras empresas da Capital, contra furtos de energia.
A delegada Jennifer Estevam de Araújo disse ao Correio do Estado que o proprietário do Éden alugou o imóvel e, desde a locação, não providenciou a ligação da energia junto à Energisa.
O lounge funciona na Avenida Arquiteto Rubens Gil de Camilo, na Chácara Cachoeira, desde o dia 18 de março de 2021.
“Ele fez uma ligação direta. A partir do momento que ele fez a locação ele não foi na Energisa para ligar”, disse a delegada, afirmando que durante meses o lugar funcionou com o gato.
A delegada ressalta ainda o risco da ligação direta, que coloca em risco funcionários e clientes, por chance de incêndio, por exemplo.
No caso do Éden, a ligação ocorreu do poste direto para o empreendimento.
Ainda no caso do lounge, o prejuízo foi calculado em mais de R$ 23 mil, considerando a partir de novembro de 2022 até o dia 1º de fevereiro deste ano.
No entanto, o prejuízo é ainda maior, considerando que o espaço abriu ao público há mais tempo.
“Como tem quase três anos, vai ser feita uma análise específica. Agora que a gente apurou que [a irregularidade] é desde o contrato”, ressaltou.
Quando as equipes da Polícia Civil e Energisa chegaram ao local, não havia ninguém. Desta forma, no caso específico do Éden, não houve prisão em flagrante.
Advogado da empresa, Carlen Obeid, disse que o Éden está passando por uma reformulação no quadro de sócios e, os atuais, não sabiam que havia gato na energia.
“A empresa declara que vai se colocar à disposição das autoridades policiais para solucionar isso da melhor forma possível”, afirmou.
Ainda segundo ele, os proprietários também desejam saber de quem é autoria do crime.
“Os donos atuais do empreendimento não responsáveis por aquele contrato firmado em 18 de março”, alegou.
“Ele não tinham conhecimento. Ainda estão neste contrato de compra e venda, ainda está em negocição”, reafirmou.
Operação
A operação foi desencadeada nesta sexta-feira (17) e segue também durante a próxima semana, com vários pontos suspeitos a serem fiscalizados.
Os locais alvos foram definidos a partir de levantamentos feitos pela Polícia Civil junto à concessionária de energia elétrica, Energisa.
“São vários pontos que vão ser averiguados. Tem desde furto em medidor e ligação direta de energia, tem gente que puxa direto do poste”, afirmou a delegada.
Os levantamentos idenficam que os estabelecimentos têm algum tipo de adulteração e as ações in loco são para apurar quais os tipos de irregularidade.
Segundo a delegada Jennifer Estevam, o crime de furto de energia gera prisão em flagrante, mas o criminoso pode pagar a fiança e responder em liberdade, caso seja assim decidido em audiência de custódia.
Em caso de condenação, a pena pode chegar a quatro anos de prisão.
Nesta sexta-feira, além do Éden, também foram fiscalizadas e constatadas irregularidades em uma conveniência no Carandá Bosque e na Conveniência Original Beers e Bar do Baiano, no Novos Estados.
No Novos Estados, se trata de uma área de invasão e a delegada ressalta que há “revezamento de gato”.
Monitorado desde junho, o prejuízo contabilidade nessa área é de R$ 12.900.
O dono da conveniência confessou à polícia que, além do comércio, na casa dele também há ligação clandestina de energia.
A delegada ressalta que a operação também ocorre em endereços residenciais, mas que “geralmente são os pontos comerciais que gastam mais”.