A fila de adoção com interesse no bebê encontrado em caixa de papelão nesta quarta-feira (1º) passa de 30 mil famílias habilitadas no sistema nacional. Conforme a juíza Katy Braun do Prado, da Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso de Campo Grande, há famílias inclusive de outros países que entraram em contato querendo dar um lar ao menino.
Conforme a titular da Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso de Campo Grande, o telefone não tem parado de tocar com famílias interessadas no bebê, mas ela explica que há outras com mais tempo na fila e que têm a prioridade.
“Temos recebido muitos telefonemas, mas estamos avisando as pessoas que já há cerca de 30 mil famílias habilitadas aguardando serem chamadas para adotar o pequeno”, disse. Ela explica que as ligações de fora do país aconteceram com a repercussão do caso. “Souberam por familiares de Campo Grande e manifestaram interesse”, afirmou a juíza.
Katy Braun do Prado explicou à reportagem que agora a família biológica da criança será procurada, para verificar se eles têm o interesse no bebê e se têm condições de ficarem com ele. “Se não tivermos sucesso, convocaremos a família mais antiga do sistema nacional de adoção que se habilitou para adotar um filho com as características desse bebê”, afirmou.
O recém-nascido encontrado abandonado em uma caixa de papelão, na tarde de quarta-feira (1º), em Campo Grande, no Bairro Aero Rancho, passa bem e está no HRMS (Hospital Regional de Campo Grande).
Como adotar
Os interessados em adotar devem procurar a Vara da Infância, da Juventude e do Idoso. A família interessada deverá realizar o CPA (Curso de Preparação à Adoção).
Segundo informações disponíveis no site do TJMS (Tribunal de Justiça), o curso de preparação à adoção é destinado a interessados em conhecer a adoção e aberto à comunidade. “A participação nos encontros é requisito obrigatório para o projeto de futura adoção. O curso visa aumentar o número de pessoas interessadas em adoção e, assim, reduzir o número de crianças e adolescentes em abrigos”, detalha.
Entrega voluntária à adoção
O TJMS tem o projeto Dar à luz, que consiste na entrega voluntária e legal do bebê à adoção. Uma série de alterações na legislação ocorreu nos últimos anos com o intuito de proteger a mulher contra o preconceito social que se observa quando ela manifesta esta intenção, bem como para promover que a criança seja entregue para colocação em nova família com intermediação da Justiça e não de terceiros.
A ideia do projeto, conforme detalhado, surgiu diante da grande quantidade de mulheres que abandonam seus filhos ou procuram desconhecidos para assumirem sua criação, por não saberem que entregar um filho à adoção não é crime.
O Projeto “Dar à luz” consiste no atendimento da gestante ou puérpera que manifesta o desejo de entregar o filho para adoção; visa à orientação psicossocial e jurídica da gestante ou mãe para a tomada, livre e consciente, da decisão a respeito do destino da criança, a fim de evitar abortos clandestinos, o abandono material ou o infanticídio, garantir a colocação regular da criança em família substituta, sem perder de vista o devido amparo à saúde, à qualidade de vida, ao bem-estar da mulher durante a gestação, no parto e no pós-parto.
O Poder Judiciário é o órgão competente para gerir as questões referentes à entrega de uma criança e posteriormente o respectivo processo de adoção.
Com informações do site Midiamax