Consultórios médicos, transportadoras, escritórios das mais variadas áreas profissionais e lojas de roupas foram os tipos de empresas mais abertos no Estado no ano passado. Relatório detalhado da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems) apontou, ainda, que holdings não financeiras, firmas de treinamento profissional, restaurantes e empresas de construção, de serviços de engenharia e de promoção de vendas completam o top 10 quando o assunto é abertura de novos empreendimentos.
No total do ano de 2022, o número de empresas abertas chegou ao recorde de 9.602, aumento de 3,55% em relação a 2021, quando 9.273 estabelecimentos abriram as portas. Quando observada a divisão por setores, foram 6.587 novos CNPJs de serviços, ou 68,60% do total, 2.600 de comércio (27,08%) e 415 indústrias (4,32%).
O presidente da Jucems, Augusto Castro, comemorou o resultado e ressaltou que o número de aberturas de empresas no Estado vem crescendo sem parar desde 2017. Para ele, o mais importante é o tempo de abertura de empresas, que em 2021 era de 5 horas e 57 minutos e em 2022 caiu para 3 horas e 20 minutos.
“São duas horas e 37 minutos a menos. Isso é um tempo considerável e tranquiliza o empresário, porque trata-se de um serviço de qualidade, que também traz segurança jurídica. Essa diminuição se deve à implementação de tecnologias. Para este ano, a tendência é de mais modernização e de uma presença ainda maior da Jucems em todos os 79 municípios”, destacou Castro.
No detalhamento, as atividades médicas ambulatoriais restritas a consultas ficaram em primeiro lugar, com 315 empresas, seguidas do transporte rodoviário de cargas e mudanças, com 269, de serviços combinados de escritório e apoio administrativo, com 256, de comércio varejista de artigos de vestuário, com 232, e de holdings de atividades não financeiras, com 223 empresas.
A primeira colocação para o setor de atividades médicas por dois anos consecutivos evidencia “as marcas” da pandemia da Covid-19.
Segundo Castro, por mais que a pandemia tenha passado, o grande número de perdas de vidas fez com que a população permanecesse com o alerta ligado aos cuidados com a saúde.
MUNICÍPIOS
Na divisão por municípios, Campo Grande ficou em primeiro lugar, com 4.074 empresas abertas, ou 42,43% do total. Em seguida vem Dourados, com 1.018, ou 10,60% delas. De acordo com a Jucems, Campo Grande e Dourados, somadas, foram responsáveis por mais de 50% do total de aberturas.
“Esse quadro permaneceu estável e mostra a importância econômica das duas maiores cidades do Estado”, acrescentou Castro.
Três Lagoas, Ponta Porã, Naviraí, Chapadão do Sul, Corumbá, Maracaju, Ribas do Rio Pardo e Nova Andradina fecham a lista de municípios que mais abriram empresas durante o ano passado. Esses 10 municípios, juntos, abriram 6.919 empresas, ou 72,06% do total. Os demais municípios abriram, somados, 2.683 empresas, ou 27,94% do todo.
Na avaliação do presidente da Jucems, o caso mais emblemático de abertura de empresas acontece em Ribas do Rio Pardo.
O município, que já começou a receber parte do total de R$ 19,2 bilhões que serão investidos na construção de uma fábrica de celulose e no aumento da área plantada de eucalipto, tem registrado o maior ritmo de abertura de empresas do Estado.
Os dados da Jucems mostram que, em 2020, foram abertas 55 empresas, e o município estava na 21ª posição no Estado. Em 2021, esse número aumentou para 162, e ano passado saltou para 182.
“De 2020 para cá, foram 127 empresas a mais, e hoje Ribas do Rio Pardo está na 9ª posição do Estado, com um crescimento de 230% . Isso mostra que está havendo uma canalização das cadeias produtivas”, esmiuçou Castro.
Outro fator observado pelo presidente da Jucems são as 415 indústrias abertas.
“Pode parecer pouco quando comparado aos setores de serviços e de comércio, mas é preciso levar em consideração que a exigência para esse setor é bem mais elevada, porque necessita de licenciamento ambiental, além de exigências sanitárias mais complexas. Mesmo assim, se dividirmos por 12 meses, teremos cerca de 35 indústrias por mês, ou seja, mais de uma por dia”, avaliou Castro.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL), Adelaido Vila, explicou que a vocação da Capital é o varejo, que concentra 62% das empresas.
“Esses setores têm espaço para todos, e quem faz um serviço especializado tem uma mão de obra qualificada. O varejo é bom porque concentra trabalhadores”.
Com informações do Correio do Estado