Foto: Ana Paula Fernandes
Ao assinar convênio com o Governo do Estado, que repassará R$ 25 milhões para complementar os recursos federais já alocados (R$ 14 milhões), com contrapartida do Município, a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes anunciou ontem à noite, que espera lançar até março, a licitação das obras da nova Feira Central. O projeto prevê uma estrutura de 11.500 metros de área construída, distribuídos em dois andares, com investimento de quase R$ 40 milhões.
“O Poder Executivo é cobrado todos os dias a apresentar resultados, e hoje, o nosso projeto prioritário é o desenvolvimento econômico. Com este recurso repassado pelo governado, a equipe da Sisep vai encaminhar toda a documentação necessária para os técnicos da Caixa Econômica Federal avaliarem e autorizarem a licitação de toda a obra. Acredito que este é o momento de recomeços, e essa feira traz isso aos comerciantes e traz para nossa cidade um resgate da história da colônia japonesa, que é tão importante para a construção da nossa Capital e de tudo que temos feitos”, anunciou Adriane.
A chefe do Executivo Municipal explicou que é necessário o aval da Caixa porque o projeto conta com recursos federais viabilizados para o município por uma emenda da bancada federal.
Nesta primeira etapa será implantada a estrutura elétrica e hidráulica que atenderá as futuras instalações, além de toda a estrutura física . O térreo, com 5,5 mil m² de área construída, será reservado para as 58 bancas de hortigranjeiros e o espaço de venda dos demais produtos.
“Mais uma obra importante para Campo Grande que vamos contribuir. A Feira Central faz parte da história da cidade. Este projeto lembra o Mercado Central de Barcelona, vai ser uma obra arrojada, com arquitetura bonita. O local vai atrair mais turistas e terá uma espaço mais adequado para quem trabalha. É um empreendimento muito sonhado pelos feirantes”, pontuou o governador Reinaldo Azambuja.
No segundo pavimento, com 6 mil metros quadrados, haverá um espaço multiuso de 700 m² destinado a eventos como apresentações musicais e artísticas. O espaço terá arquibancada retrátil e uma praça na entrada em referência ao Japão e anfiteatro ao ar livre. No pavimento superior também haverá um setor de alimentação, com 2,8 mil m² divididos em 30 restaurantes centrais, com capacidade para 920 lugares. Haverá uma praça de alimentação dividida em 10 setores. Todo o complexo terá um estacionamento para 500 veículos.
A Feira Central, que é Patrimônio Cultural e Imaterial do Município, é gerida pela Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande, sob o comando de Alvira Appel.
A presidente da Afecetur, Alvira Appel, falou que a nova estrutura o espaço, que hoje recebe pelo menos 50 mil visitantes por mês, vai acompanhar a modernidade e tornar o local mais competitivo para os empresários nele instalados. “Tudo se renova e a nossa feira precisa acompanhar a evolução do varejo do mercado, para que possamos ser competitivos e, também, se tornar um espaço mais moderno, para oferecer mais qualidade ao nosso cliente.
Patrimônio da cidade
“A “feirona”, como é conhecida, existe há mais de 90 anos. Já funcionou no local onde hoje é o Mercado Municipal, passou em seguida para a Avenida Calógeras, Rua Antônio Maria Coelho e, em 1966, se estabeleceu na Rua Abrão Júlio Rahe até ser transferida em 2004, para a esplanada da ferrovia, onde se mantém até hoje.
Há 5 anos, um grupo de estudos com técnicos da Prefeitura, Sebrae, Instituto do Patrimônio Histórico e representantes da Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande, que administra a estrutura, começou a trabalhar no projeto de modernização. A feira tem 350 alvarás e gera 800 empregos diretos.
A concepção do novo projeto tem dois elementos chave. A cobertura lembrará uma oca indígena e será feita de madeira. A base da estrutura evoca o navio Kasato Mar, que trouxe os primeiros imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil, em 1908.