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sexta-feira, fevereiro 7, 2025
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Vereadores criticam valor da tarifa de esgoto da Capital e propõem CPI para investigar taxa elevada

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, os vereadores Marcos Tabosa (PDT), Luiza Ribeiro (PT), Professor André Luis (Rede) e Valdir Gomes (PSD) criticaram o valor exorbitante da tarifa de esgoto cobrada em Campo Grande, que, por sua vez, encarece a conta de água.

Tarifa de esgoto em Campo Grande é 89% maior que no interior de Mato Grosso do Sul.

Além disso, Campo Grande tem uma das contas de água (água+esgoto) mais caras do País, comparando com outras capitais.

Com isso, a Águas Guariroba tem lucro líquido de R$ 784 mil por dia. Em 2022, o faturamento chegou a R$ 286,2 milhões, 26% maior que no ano anterior.

Vale ressaltar que a concessionária responsável pelos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto em Campo Grande é a Águas Guariroba e, no interior do Estado, a Sanesul.

Campo Grande tem, atualmente, 368,6 mil casas ligadas à rede de água e 259,4 mil desses, à rede de esgoto.

Ao Correio do Estado, o vereador Tabosa (PDT) afirmou que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deveria ser aberta para investigar as taxas e lucros da Águas Guariroba, mas, que possivelmente não conseguirá as dez assinaturas necessárias para iniciar o inquérito.

“Se a Sanesul estivesse prestando serviço No ano passado eu já levantei esse assunto na Câmara e vou tornar [voltar] a levantar. Vou falar sobre águas na próxima terça-feira (14)”, disse.

Em entrevista ao Correio do Estado, vereador André Luis (Rede) questionou o valor “absurdo” que é cobrado e disse que não há justificativa para este preço, pois grande parte da quantidade de água, utilizada em Campo Grande, vem do Aquífero Guarani.

“A água de Campo Grande é uma água que não precisa de tratamento, é uma água que vem principalmente do Aquífero Guarani. É uma água de mina que só faz a inclusão de conservante da água”, declarou.

Ao Correio do Estado, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) cogita em se unir com outros vereadores para elaborar um decreto legislativo, que casse o decreto de aumento de 6,83% dado pela prefeita, Adriane Lopes, no mês passado, referente à correção do contrato entre a prefeitura e Águas Guariroba.

“É a Prefeita que faz a correção do contrato. Tem um contrato de prestação de serviços da Águas com a prefeitura. A gente não encontrou a justificativa que a prefeita fez para dar o aumento. Os nossos estudos apontam no sentido contrário que era pelo menos para congelar a tarifa esse ano”, disse.

Já o vereador Valdir Gomes (PSD) revelou, ao Correio do Estado, que está cobrando uma posição da Águas Guariroba e que quer se reunir com o presidente da concessionária até a próxima semana. “A tarifa realmente está alta e eu vou tentar falar com ele [presidente da Águas], antes que a coisa [situação] tome um rumo maior”, disse.

Valores
O campo-grandense, que consome até dez metros cúbicos por mês, paga R$ 4,83 a cada metro cúbico de água (mil litros) consumidos, referente a taxa de esgoto. No interior, a tarifa é de R$ 2,56, diferença de quase 90%.

Portanto, a tarifa de esgoto em Campo Grande é 89% maior que no interior de Mato Grosso do Sul.

Quem supera este consumo paga R$ 11,28 em Campo Grande (Águas Guariroba) e R$ 6,67 no interior do Estado (Sanesul), caso a família consuma 50 mil litros ou mais por mês.

A conta de água (água+esgoto) em Campo Grande também é mais cara em relação aos municípios do interior.

Em relação a tarifa de água, o consumidor paga R$ 6,90 por metro cúbico em Campo Grande (Águas Guariroba) e R$ 5,13 em municípios do interior (Sanesul). Portanto, a diferença entre Capital e interior é de aproximadamente 35%.

Em valores, uma família – que dispõe de rede de esgoto, consome dez mil litros e não se enquadra da tarifa social – recebe uma fatura de R$ 117,30 no fim do mês na Capital e R$ 76,90 no interior, diferença de 54% ou economia de R$40,40.

De acordo com levantamento feito pelo presidente do sindicato dos trabalhadores da Águas Guariroba e da Sanesul, o Sindágua, Lázaro de Godoy Neto, Campo Grande tem uma das contas de água (água+esgoto) mais caras do País, comparando com outras capitais.

Uma residência com quatro pessoas consome, em média, 15 metros cúbicos por mês. Se esta família morar em uma rua com rede de esgoto, paga hoje R$ 209,72 de conta de água em Campo Grande. Se ela morasse em Salvador, pagaria R$ 127,65.

Em São Paulo, megalópole em que as distâncias para transporte da água e esgoto são infinitamente maiores que em Campo Grande, a conta é de R$ 135,54, para 15 metros cúbicos. Já em Brasília, a fatura é de R$ 143,20 no fim do mês.

O Correio do Estado entrou em contato com a Águas Guariroba para saber a posição da empresa a respeito do assunto, mas, até a publicação desta reportagem, não foi respondido.

Com informações do Correio do Estado

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