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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso cria folder para orientar famílias de crianças e adolescentes acolhidos

Entrou em funcionamento uma nova experiência no âmbito do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul que busca garantir uma atitude mais humanizada no momento das diligências de busca e apreensão de crianças e adolescentes pela Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso de Campo Grande.

O afastamento temporário de crianças e adolescentes do convívio familiar ocorre por meio de uma decisão judicial em razão da violação dos direitos fundamentais dos menores.

Trata-se de um momento difícil para as crianças e adolescentes, e também para os pais ou responsáveis. O ato é realizado por servidores técnicos do Judiciário (assistente social e psicólogo) que estão de plantão, os quais acompanham o oficial de justiça, com escolta da Polícia Militar, até a residência das partes, para posteriormente encaminhar as crianças para as devidas unidades de acolhimento institucional.

Ao anunciar a retirada das crianças/adolescentes do seio familiar ocorre resistência, tensão e situações inusitadas, em virtude do rompimento temporário de vínculos. E foi a partir das vivências destas buscas e apreensões que foi elaborado o folder “Acolhimento Institucional”.

O material apresenta, em linguagem simples, informações práticas e objetivas com o intuito de orientar estas mães, pais e familiares que tiveram suas crianças e adolescentes afastados do lar.

De acordo com a servidora Denise de Fátima do Amaral Teixeira, uma das responsáveis pela elaboração do material informativo, “o acolhimento institucional consiste na retirada de crianças e de adolescentes das famílias de origem, seja por negligência, desproteção, maus tratos, entre outros, conforme autoriza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para que sejam assistidos e protegidos até que possam retornar à família natural ou serem encaminhados a famílias acolhedoras ou substitutas com fins de adoção. Mas, o momento da retirada é sempre uma situação traumática, embora necessária para evitar prejuízos ainda maiores”.

Segundo a psicóloga do Judiciário, “esses prejuízos emocionais e afetivos podem ser minimizados quando o acolhimento faz-se de modo adequado. Nesse caso, o impacto do abandono ou do afastamento da família natural pode ser minimizado se as condições no ato da busca e apreensão propiciarem acolhimento e orientações satisfatórias visando a segurança do infante e do adolescente, além do apoio necessário ao responsável durante este ato”.

Entre as dificuldades para cumprir o mandado de busca e apreensão, a servidora relata que ocorrem primeiramente em virtude do desconhecido: “não sabemos qual será o desfecho do cumprimento do mandado em razão da resistência das partes e da ausência de colaboração que pode culminar em momentos de comoção, abalo e impacto porque as partes não compreendem que naquela ocasião a intenção é salvaguardar os direitos das crianças e dos adolescentes”.

Dentre as diversas buscas e apreensões já acompanhadas pela servidora, Denise relata o desespero das mães que, embora acompanhadas e alertadas pela rede socioassistencial, alguns casos chamam a atenção. “Como no acolhimento de cinco crianças e adolescentes em que a mãe batia no vidro do nosso carro e tentava entrar. Além de gritar perguntando onde tinha que ir, ainda que tenha recebido o mandado com a citação de todo o teor processual”, recorda.

“Diante dos casos presenciados, refletimos sobre a nossa prática e levamos ao conhecimento da Juíza da infância e a partir de então decidimos elaborar um material de suporte às mães e aos familiares neste momento sensível”, explica Denise.

Desse modo, o folder visa dar um “norte” aos responsáveis, indicando os passos necessários para que possam se defender e buscar os seus interesses. O material traz a lista de órgãos e locais que possam lhes atender, como também cita os endereços e contatos da rede de apoio, para que a família possa enfrentar as adversidades em busca de sua reestruturação. Outro ponto muito importante esclarecido pelo material informativo é sobre o direito de visitas que muitos desconhecem.

O folder entrou em circulação no dia 18 de julho. Todas as buscas e apreensões que são realizadas pela equipe do Núcleo Psicossocial do Fórum de Campo Grande contam agora com o folder como material de apoio para ser entregue durante o ato. Até sexta-feira, dia 5 de agosto, foram realizadas quatro buscas e apreensões pela Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso.Autor da notícia: Secretaria de Comunicação – [email protected]

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