Única entre os 11 parlamentares de Mato Grosso do Sul na seleta lista de “Os 100 Cabeças do Congresso”, divulgada anualmente pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), a senadora Tereza Cristina (PP-MS) comemora o feito já no seu primeiro ano no Senado Federal.
“É gratificante saber que meu trabalho no Senado está sendo notado – ainda mais por que estou em primeiro mandato, em uma Casa de Leis composta por políticos tão preparados e experientes”, disse a parlamentar sul-mato-grossense ao Correio do Estado.
Ela completou que o importante disso tudo é que, mesmo na oposição ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conseguiu se destacar para ser incluída na exclusiva lista elaborada pelo DIAP. “Nos dedicamos com convicção às causas e políticas públicas que possam trazer bem-estar e prosperidade ao Brasil e, em especial, ao Mato Grosso do Sul”, reforçou à reportagem.
O protagonismo de Tereza Cristina no Congresso Nacional apontado pelo levantamento do DIAP fortalece ainda mais o nome dela para ser a candidata da direita para presidente da República em 2026 em substituição ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível.
No último dia 19 de setembro, durante reunião da Executiva Nacional do PP, em Brasília (DF), dirigentes do partido reafirmaram a “independência” da sigla em relação ao governo Lula e todos concordaram que o PP – integrante do núcleo duro do Centrão – precisa ter candidatura própria ao Palácio do Planalto, daqui a três anos.
Foi nesse momento que o nome de Tereza foi “lançado”. “Tereza, Tereza, Tereza”, gritaram os dirigentes. Tereza foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo de Jair Bolsonaro, é coordenadora política da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado e representa a bancada do agronegócio no Congresso.
No ano passado, chegou a ter o nome cogitado para vice na chapa de Bolsonaro à reeleição, mas ele preferiu fazer dobradinha com o general Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa. Em público, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido, também defende o lançamento de um candidato da sigla para a sucessão de Lula, a quem faz ferrenha oposição nas redes sociais.
Entenda a pesquisa
Os “100 Cabeças do Congresso Nacional” são, na definição do DIAP, aqueles parlamentares que conseguem se diferenciar dos demais pelo exercício de todas ou algumas das qualidades e habilidades aqui descritas. Entre os atributos que caracterizam protagonista do processo legislativo, se destacam a capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações, seja pelo saber, senso de oportunidade, eficiência na leitura da realidade, que é dinâmica, e, principalmente, facilidade para conceber ideias, constituir posições, elaborar propostas e projetá-las para o centro do debate, liderando a repercussão e tomada de decisão.
Enfim, é o parlamentar que, isoladamente ou em conjunto com outras forças, é capaz de criar papel e contexto para desempenhá-lo. A escolha dos parlamentares mais influentes de 2023, neste 1º ano da 57ª Legislatura, foi impactada por três vetores: alternância do poder na Presidência da República, reeleição dos presidentes das casas legislativas e formação de federações partidárias.
No primeiro caso, pelo deslocamento de partidos e parlamentares da situação para a oposição e vice-versa. No segundo, pelo poder que tem o presidente da Casa reeleito para alocar aliados nos espaços do poder no interior da Casa legislativa. E no terceiro, pelo arranjo partidário decorrente da união de partidos durante toda a legislatura.
A pesquisa inclui apenas os parlamentares que estavam no efetivo exercício do mandato no período de avaliação, que vai do 1º trimestre de 2023 até setembro de 2023. Assim, quem esteve ou está licenciado do mandato, mesmo influente, não faz parte da lista. Por isso, não constam entre os 100 mais influentes de 2023, os deputados que estão licenciados do mandato, cumprindo missão no Poder Executivo.
Entre os 100 parlamentares que comandam o processo decisório no Congresso Nacional em 2023, 71 são deputados, e 29 são senadores. Desses, 69% pertencem à base de sustentação do governo e 31% à oposição. Além dos 100 “Cabeças”, desde a 7ª edição da série, o DIAP divulga levantamento incluindo na publicação anexo com outros que, mesmo não fazendo parte do grupo dos 100 mais influentes, têm recebido missões partidárias, podendo, mantida a trajetória ascendente, estar futuramente na elite parlamentar. Pode-se dizer que estão entre os 150 mais influentes.