Com uma recepção que contou com a presença de autoridades, representantes de instituições e servidores, o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul abriu o seu Espaço Cultural para uma nova e inédita exposição que traz como tema – Entidades Beneficentes. A inclusão social na prática marcou, mais uma vez, a manhã desta sexta-feira (21) no TCE-MS, com a exposição das mais variadas expressões criadas por artistas que integram nove instituições beneficentes.
A solenidade foi aberta pelo presidente da Corte de Contas, conselheiro Jerson Domingos, que não escondeu a emoção e o orgulho pela realização do evento inédito e inclusivo. “Me sinto orgulhoso com este evento hoje aqui e que Deus possa me permitir a saúde para trabalhar com pessoas voluntárias e poder oferecer à sociedade aquilo que essas crianças e pessoas necessitam”, afirmou o presidente do TCE-MS, que ainda completou:
“Todos que estão de fora podem pensar que o Tribunal de Contas é somente um órgão fiscalizador e repreendedor, mas não, a inclusão social também é da nossa conta! Temos que inverter os conceitos, trazendo a sociedade para dentro do TCE, compartilhar, discutir, para juntos tentarmos encontrar saídas e soluções para melhorar a qualidade de vida das pessoas e, principalmente, para essas instituições, que por vezes são esquecidas, e não têm a oportunidade de mostrar que eles podem ter a igualdade em todos os sentidos, e este é um exemplo que estamos dando para todos os demais órgãos e setores que compõem a nossa sociedade”, finalizou Jerson Domingos.
O corregedor-geral do TCE-MS, conselheiro Osmar Jeronymo, participou da solenidade de abertura que também foi prestigiada por Chrystine Rocha, que na ocasião representou o secretário de Educação do Estado (SED-MS), professor Hélio Daher.
As nove instituições que participam desta edição são: AACC, AMA, APAE, Associação Amor pela Vida, Cidade dos Meninos, Educandário Getúlio Vargas, Juliano Varela, Pestalozzi e Hospital São Julião.
No discurso de agradecimento, a coordenadora e fundadora da Associação Juliano Varela, Maria Lúcia Fernandes, demonstrou a sua gratidão ao Tribunal de Contas pela iniciativa e apoio às instituições.
“O Tribunal de Contas simplesmente nos surpreende a cada dia. Porque nós, que militamos na inclusão social, sabemos que somente com essas ações, conseguiremos avançar. Então o Tribunal de Contas sai na frente, dando um show de inclusão social e estamos aqui com orgulho para mostrar a quebra de paradigma que é ‘a eficiência na deficiência’. Quando eu tive meu filho, há 32 anos, as pessoas com deficiência intelectual eram tidas como pessoas ineficientes e isso me entristecia. Mas hoje, temos orgulho de dizer que as pessoas com Síndrome de Down fazem essas telas maravilhosas, as pessoas com autismo fazem esculturas de madeira, produzem e criam arte, independente se tem um cromossomo a mais ou menos, se está dentro de um espectro, não interessa! A arte é inerente ao ser humano, e é justamente isso que estamos vendo aqui nesta manhã, com muita alegria e com o coração cheio de gratidão pelo Tribunal de Contas no Mato Grosso do Sul”, declarou Maria Lúcia.
Representando a Associação Pestalozzi de Campo Grande, a coordenadora adjunta Simone Bezerra, declarou que a participação na exposição é um momento inédito para a Pestalozzi. “Essa iniciativa é inédita e maravilhosa para nós e nos enche de orgulho. Estamos aqui com os nossos alunos que estavam ansiosos por esse dia e o Tribunal de Contas ter incluído os nossos alunos na exposição, vendo todas as obras criadas por eles, é mais uma motivação exposição”.
Para o coordenador de Atividades Complementares da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande – APAE – Júlio César Sotana, o Tribunal de Contas abrir um espaço para a cultura e apoiar os artistas que integram as entidades, é inovador. “É muito importante este evento porque proporciona o olhar da sociedade para a pessoa com deficiência, mostrando que eles têm capacidade, e hoje aqui, expondo telas pintadas pelos alunos da Apae é muito gratificante”.
Esculturas talhadas em madeira, criadas pelo artista João Zumelho, enriquecem a exposição “Entidades Beneficentes” no TCE-MS. Conforme explicou a representante do Hospital São Julião, o artista buscou tratamento de hanseníase em 1976 no Hospital e iniciou suas esculturas deixando seu legado na instituição. “A exposição aqui no Tribunal de Contas é uma oportunidade para mostrarmos que o Hospital São Julião não é somente a Saúde. A entidade conta com educação, cultura e arte. E poder hoje aqui mostrar um pouco dessa história que o hospital realiza é enriquecedor”.
Nesta edição, a exposição conta com obras dos artistas das entidades, como telas, esculturas em madeira, tecidos pintados à mão, panos de prato, fotografias, entre outros. A exposição Entidades Beneficentes começou nesta sexta-feira, 21 de junho, e vai até o dia 26 de julho.