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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Setembro Amarelo: Ações da ALEMS reforçam iniciativas de prevenção ao suicídio

Parece que a natureza se coloriu para receber uma campanha que merece toda a sensibilidade típica das flores. Junto com a florada de ipês amarelos no Estado, chega o mês dedicado à prevenção ao suicídio: o Setembro Amarelo. Evento que foi instituído por meio da Lei 4.777/2015, aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), de autoria da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB).

“O Setembro Amarelo é uma campanha que instituímos, em 2015, para prevenir e para debater sobre o suicídio. Infelizmente, uma das principais causas de morte no mundo ainda é o suicídio. E nós precisamos conversar, nós precisamos debater. Precisamos impedir que as pessoas tirem a própria vida, porque muitas vezes estão passando por momentos difíceis”, reflete a parlamentar.

Deputada Mara Caseiro, autora da lei do Setembro Amarelo em MS

Foto: Wagner Guimarães

A deputada também alerta que em tempo de pandemia os cuidados com o tema devem ser redobrados. “Agora mais do que nunca, precisamos, em 2021, estar atentos aos sinais de algum amigo ou parente que possa estar passando por esse momento difícil e que precise de ajuda, que precise que você traga ele para a vida novamente, para o sentido de viver e de dar valor à vida”, reforça.

Mara também destaca que em momentos difíceis é importante que a pessoa busque apoio. “Eu quero dizer a você que possa estar passando por esse momento: valorize a sua vida, tenha amor em você, e acredite em você. Procure ajuda, converse, explique qual é a sua dificuldade. O mais importante é você. Não podemos permitir que esse momento possa acabar com todos os seus sonhos. Então, vamos juntos nessa campanha do Setembro Amarelo, nesse combate e nesse debate, e, com certeza, salvar muitas vidas”, enfatiza.

“Vocês salvaram a minha vida”

Acolhimento em momento de dor. Esse é o papel desempenhado pelas redes de apoio, parceiras na busca pela preservação da vida. Mato Grosso do Sul conta com uma instituição dedicada, de forma permanente, à prevenção ao suicídio – o Grupo Amor Vida Arthur Hokama (GAV). 

Formado por voluntários, há 20 anos o grupo presta serviço humanitário mediante apoio emocional à pessoa em crise. O atendimento é feito via telefone ou, em casos extraordinários, presencialmente, além de chat, e-mail e videoconferência. O GAV não oferece tratamento ou acompanhamento médico ou psicológico, o objetivo é proporcionar uma rede de apoio que ouve e conforta as pessoas.

Durante o atendimento, a pessoa tem a oportunidade de conversar com um dos voluntários atendentes, de forma anônima e com garantia de sigilo. A proposta da instituição é não discriminar e nem julgar, pois acredita que o desabafo tem o poder de aliviar o sofrimento e que a dor compartilhada dói menos.

Redes de apoio oferecem acolhimento de maneira gratuita

Foto: Wagner Guimarães

“Tem gente que liga e diz: se eu estou vivo hoje é por causa de vocês, vocês salvaram minha vida. Essas frases que eu estou falando, são frases que nós ouvimos em atendimentos”, conta Cinthia Domingos Moralles, uma das voluntárias do GAV. 

Outra voluntária do GAV, que não terá a identidade revelada, conta sobre um dos atendimentos mais especiais que já fez. “Uma pessoa em iminência de suicídio, ligou e, durante o atendimento, ela desmaiou. Eu sentia ela no telefone, mas ela não me respondia mais. Tive a sorte de, antes dela perder os sentidos, ela me falar o nome da rua e o número da casa dela. A partir daí, eu consegui entrar em contato com o Samu, para que fossem lá fazer o resgate, e ajudar essa pessoa e, graças a Deus, deu tudo certo”.

O grupo, que tem sede em Campo Grande, é considerado uma associação civil sem fins lucrativos, sem vinculação político-partidária e religiosa, de caráter filantrópico e assistencial. Tamanha a relevância dos serviços prestados, o GAV foi declarado de utilidade pública pela ALEMS, por meio da Lei 5.551/2020, de autoria do ex-deputado estadual Cabo Almi.

Além do atendimento, o grupo realiza cursos e palestras gratuitos em órgãos públicos, escolas, universidades, empresas, instituições religiosas e organizações sociais. Os voluntários abordam temas relacionados à promoção dos valores da vida e ao desenvolvimento de atitudes positivas, voltadas ao bem-estar mental do ser humano.

Para o presidente do Grupo Amor Vida, Gerson Fraulob, a campanha Setembro Amarelo chama a atenção da sociedade em geral, da comunidade científica e dos órgãos de saúde para a gravidade do problema e para a conscientização da necessidade de seu enfrentamento. “Este foco, na prevenção do suicídio, ajuda a divulgar as ações realizadas por entidades como o Grupo Amor Vida”, afirma.

Todos os serviços prestados pela entidade são oferecidos gratuitamente para a comunidade. As ligações podem ser realizadas de segunda a domingo, das 7h às 23h, por meio dos telefones: (67) 3383-4112, (67) 99266-6560 (Claro) e (67) 99973-8682 (Vivo). Nenhuma das linhas possui identificador de chamadas. Outras informações podem ser consultadas no site grupoamorvida.ong.

Frente Parlamentar

Deputado Marçal Filho coordena Frente da ALEMS sobre suicídio

Foto: Luciana Nassar

Outra iniciativa do Parlamento sul-mato-grossense para enfrentar as questões relacionas ao tema é a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental e Combate à Depressão e ao Suicídio. O grupo de trabalho foi criado em julho de 2019 com a finalidade de implementar ferramentas e defender o fortalecimento das políticas públicas em defesa da saúde mental.

A Frente Parlamentar é coordenada pelo deputado estadual Marçal Filho (PSDB). “Como coordenador, tenho falado que o “silêncio mata”, por isso não podemos tratar a saúde mental como tabu. A Assembleia Legislativa tem feito um grande trabalho neste sentido. Eu, por exemplo, sou autor de lei que prevê campanha permanente de informação, prevenção e combate à depressão em Mato Grosso do Sul e de lei que obriga o poder público a colocar em locais de grande circulação, cartazes com o número 188, do CVV [Centro de Valorização da Vida]”, pontua. 

“Agir salva vidas”

O coordenador nacional da campanha Setembro Amarelo da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), Antônio Geraldo da Silva, explica que a mensagem deste ano é “Agir salva vidas”. 

Arte: Gustavo Del Pino

“O que queremos dizer com isso é que a ação correta pode salvar a vida de quem precisa. Cuide da sua saúde mental, fique atento aos sinais e procure um médico psiquiatra ou um serviço de saúde da sua região. O suicídio pode ser prevenido, mas precisamos ficar atentos e ajudar agindo efetivamente”, destaca o médico psiquiatra e presidente da ABP.

Silva revela que pesquisa feita pela ABP mostrou um aumento na procura por psiquiatras durante a pandemia – tanto de novos pacientes, quanto de pacientes que já estavam em tratamento, e, ainda, pacientes que já estavam de alta, mas precisaram voltar por apresentarem piora. “Os quadros psiquiátricos mais frequentes foram transtornos depressivos, transtornos de ansiedade e transtornos de estresse pós-traumáticos”, detalha.

De acordo com  informações divulgadas pela ABP – 96,8% dos casos de morte por suicídio acontecem por transtornos mentais. Para aumentar os fatores de proteção e diminuir os de risco de suicídio, a instituição recomenda: aumentar o contato com familiares e amigos; buscar e seguir tratamento adequado para doença mental; ter envolvimento em atividades religiosas ou espirituais; iniciar atividades prazerosas ou que tenham significado; e reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas.

As informações completas da ABP sobre prevenção ao suicídio podem ser acessadas clicando aqui.

Serviço – redes de apoio

Grupo Amor Vida – (67) 3383-4112; (67) 99266-6560 (Claro); (67) 99973-8682 (Vivo)

CVV – 188

Debate

O início da campanha Setembro Amarelo de 2021 foi tema de debate da sessão ordinária da última quarta-feira (1). Confira a matéria na íntegra neste link

Além disso, neste mês de setembro, o programa Considerações, da TV ALEMS, traz uma entrevista com o professor, pesquisador e coordenador do curso de Prevenção ao Suicídio do Hospital Universitário da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (HU-UFMS), Capitão Edilson Reis. Para conferir a conversa, assista ao vídeo:

Com informações das Assessorias Parlamentares; da Associação Brasileira de Psiquiatria; e do Grupo Amor Vida

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