Os três senadores integrantes da bancada de Mato Grosso do Sul no Senado Federal devem votar no senador Rogério Marinho (PL-RN) para a presidência da Casa de Leis na eleição de hoje.
Enquanto a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) já declararam publicamente seus votos no bolsonarista Rogério Marinho, fontes ouvidas pelo Correio do Estado informaram que a senadora Soraya Thronicke (União-MS) também estaria propensa a votar no senador do Rio Grande do Norte.
Por meio de sua conta na rede social Instagram, o senador Nelsinho Trad tornou público o seu apoio a Marinho no fim da tarde de ontem.
“Reafirmando o meu compromisso com os eleitores sul-mato-grossenses, por quem trabalho no Senado Federal, oficializo o meu voto à presidência do Senado: votarei em Rogério Marinho”, postou o parlamentar.
Em entrevista coletiva no Senado, o parlamentar sul-mato-grossense disse que o resultado da última eleição caracteriza uma desconexão do Senado com a sociedade.
“Uma Casa tão importante, com estrutura e quadros capacitados para ser de ponta, infelizmente não é isso que está chegando na sociedade”, declarou.
Ele completou que, dos 27 que se habilitaram a tentar a reeleição, apenas cinco conseguiram.
“Dos que saíram candidatos a governador, só um ganhou. Dos três que saíram a deputados federais, todos perderam. Alguma coisa está errada e o Senado precisa se reoxigenar, tentar essa mudança”, assegurou.
Nelsinho completou que, “a partir de quando se faz uma escolha, você pode errar ou poder acertar, mas, quando você não faz uma escolha, você já errou”.
“Não estamos contra ninguém, estamos a favor de uma mudança de paradigma que o Senado pode representar para a sociedade”, concluiu.
Por fidelidade partidária, ele teria de votar no colega de legenda, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado Federal.
Nelsinho Trad, porém, sempre foi muito próximo do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que, mesmo estando em Orlando, na Flórida (EUA), tem feito campanha explícita por Rogério Marinho.
Tereza Cristina, por sua vez, vem, desde a semana passada, fazendo campanha para Rogério Marinho e, nesta semana, participou do anúncio de apoio oficial do PP e Republicanos à candidatura do candidato bolsonarista.
“Tenho acompanhado essa campanha, que não é 3º turno não, é 1º turno pelo bem do Brasil, para o bem dos brasileiros, para uma pauta e uma agenda que o Brasil precisa e espera do Senado Federal”, discursou a senadora sul-mato-grossense.
Ela ainda completou que o Senado precisa voltar a ter protagonismo. “Precisa trazer de novo a harmonia entre os poderes, equilíbrio para que nós possamos desenvolver o nosso País”, afirmou.
A parlamentar ainda reforçou que a campanha de Rogério Marinho ganhou envergadura e que vai vencer a eleição. “A vitória será para o bem de todos os cidadãos que esperam essa mudança no Parlamento. Querem ver o Senado de novo tendo um protagonismo que deixou de ter”, alfinetou.
União brasil
Por outro lado, conforme apurou a reportagem, a senadora Soraya Thronicke já teria decidido votar em Rogério Marinho, que, nos últimos dias, teria colocado uma verdadeira “tropa de choque” para percorrer os gabinetes dos senadores e, principalmente, o da parlamentar sul-mato-grossense.
Segundo fontes do Correio do Estado, em troca do voto de Soraya Thronicke, Marinho teria oferecido um maior protagonismo da parlamentar dentro do Senado Federal, podendo, inclusive, ocupar a presidência de comissões importantes da Casa de Leis.
No entanto, ao falar com a reportagem, a senadora disse que ainda não se definiu e reforçou que seu voto é secreto. Entretanto, o novo líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho, que é da Paraíba e substituirá o senador Davi Alcolumbre, do Amapá, encaminhou apoio à reeleição de Rodrigo Pacheco.
O próprio Efraim, porém, revelou que, com exceção de alguns, a maioria da bancada da legenda no Senado votará em Pacheco.
Um dos que comunicou os colegas publicamente que não votará em Pacheco foi o senador Alan Rick (União-AC), que deve votar no bolsonarista Rogério Marinho.
A expectativa no União Brasil é de que Sergio Moro, senador eleito pelo Paraná, também vote em Marinho, embora o ex-juiz não tenha falado ainda publicamente sobre o tema.
negociação
Às vésperas da eleição à presidência do Senado, aliados do presidente Rodrigo Pacheco e do governo de Lula (PT) que apoiam a reeleição do senador mineiro discutem a indicação de postos para a cúpula da Casa.
Caso vença a disputa contra Rogério Marinho, Pacheco deve dar espaço na Mesa Diretora a partidos que integram a Esplanada do Executivo petista, como MDB e União Brasil.
O PL deve ser isolado sem ter representantes no comando do Senado. O grupo pró-Marinho atua contra o favoritismo de Pacheco e aposta em traidores nos cálculos parciais da disputa.
Já aliados de Pacheco dizem que ele sairá vitorioso e com ampla margem de 55 votos – são necessários ao menos 41 votos.
Com informações do Correio do Estado