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Safra de cana resiste às chuvas e produção já supera a do ano passado

Diferentemente da situação da soja, a cana-de-açúcar não apenas se recuperou das adversidades climáticas do ciclo passado, como já superou o total da safra 2021/2022.

Conforme a Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), até 28 de fevereiro, a moagem de cana já tinha atingido 43 milhões de toneladas no Estado, de acordo com o acompanhamento quinzenal da safra feito pela Biosul.

“A quantidade é 7% maior em relação ao mesmo período da safra passada e já supera o total da temporada anterior. Ou seja, a safra 2022/2023, que se encerra no dia 31 de março, sinaliza recuperação em termos de produção e qualidade da matéria-prima”, comenta o diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes.

A safra atual ainda traz reflexos da seca prolongada e das geadas que ocorreram em 2021. Porém, enquanto as chuvas excessivas atrapalham a colheita da soja e do milho, para o produtor de cana-de-açúcar elas representam boas notícias.

“O volume de chuva registrado nos últimos meses tem contribuído para a recuperação da produtividade dos canaviais em Mato Grosso do Sul”, acrescenta Paredes.

A safra do ciclo 2021/2022 apresentou resultado de 41 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, quantidade que já foi superada nos primeiros dois meses deste ano. Também foram produzidos 1,3 milhão de toneladas de açúcar e 2,4 bilhões de litros de etanol.

No Estado, são 18 unidades em operação, todas produtoras de etanol hidratado. Destas, 12 também são produtoras de anidro, e 10, de açúcar. As unidades também cogeram bioeletricidade, e 12 delas exportam o excedente para a rede de energia elétrica.

Ainda de acordo com dados da Biosul, no ranking nacional, Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de cana-de-açúcar, o quinto maior produtor de açúcar e etanol e quarto maior exportador de bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Etanol de milho
Também de acordo com os dados da Biosul, até o momento, o etanol de milho representa 20% da produção do Estado.

Por enquanto, existe apenas uma unidade produtora desse tipo de etanol em operação, no município de Dourados.

Até este momento da safra, já foram produzidos 3,2 bilhões de litros de etanol no Estado, dos quais 646 milhões de litros são de etanol de milho. Ainda conforme Paredes, o setor sucroenergético entrou em uma terceira fase de expansão em Mato Grosso do Sul.

“Esse potencial deve aumentar já no próximo ano, com o início das operações da Usina Neomille, do grupo CerradinhoBio, em Maracaju. Com suas particularidades, em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima [milho], a atividade se apresenta com potencial para Mato Grosso do Sul”, ressalta.

O diretor-presidente da Biosul também reforça que a produção do etanol de milho é uma atividade de alto investimento, mas que impulsiona a participação de Mato Grosso do Sul no tema sustentabilidade.

“Trata-se de uma atividade de alto investimento, alinhada aos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável”, reforça.

Mais dois projetos voltados para a cana-de-açúcar avançam no Estado: a Usina Cedro, em Paranaíba, do grupo Pedra Agroindustrial; e o recém-anunciado investimento do grupo Agroterenas para a reativação da antiga Usina Aurora, no município de Anaurilândia.

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