Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vem a Mato Grosso do Sul em 8 de novembro para tratar sobre os rumos da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3).
A expectativa é que a obra seja retomada e finalizada e a fábrica seja finalmente inaugurada, apesar da burocracia entre a Estatal, a Pasta Federal e Executivo Estadual.
A visita de Jean Paul a MS foi anunciada pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na manhã desta quarta-feira (18), em coletiva de imprensa realizada na cerimônia de lançamento do Cartão Digital do Doador de Sangue, que ocorreu no Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul (Hemosul).
“[Jean Paul vem] a princípio no dia 8 de novembro. Está sendo discutido e combinado com a assessoria dele”, disse o governador. Vale ressaltar que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 21 de setembro de 2023 pelo governo federal, prevê a retomada da UFN3.
UFN3
A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) é uma fábrica localizada em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. A construção da UFN3 teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com 81% de conclusão das obras.
Quando estiver concluída, a fábrica terá capacidade para produzir 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia, além de dobrar a produção nacional de fertilizantes.
Também proporcionará empregos, renda e desenvolvimento para o município de Três Lagoas e restante do Estado. Além disso, irá reduzir a dependência de fertilizantes importados.
O empreendimento será estratégico para ajudar a suprir a demanda por fertilizantes no País e principalmente para trazer desenvolvimento para o Estado.
De acordo com o secretário de estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), Jaime Verruck, a UFN3 representaria um adicional de, praticamente, 20% do total da produção de nitrogenados, amônia e CO2 do País.
A unidade integrava um consórcio composto por Galvão Engenharia, Sinopec (estatal chinesa) e a Petrobras. O orçamento inicial da obra estava estimado em R$ 3,9 bilhões.
Os responsáveis pela Galvão foram envolvidos em denúncias de corrupção durante a Operação Lava Jato, e com isso as obras foram paralisadas. A Petrobras absorveu todo o empreendimento desde então.
O processo de venda da indústria teve início em 2018, com a Araucária Nitrogenados (Ansa), fábrica localizada na Região Metropolitana de Curitiba (PR). A comercialização em conjunto inviabilizou a concretização do negócio.
Em meados de 2019, a gigante russa de fertilizantes, Acron, havia fechado acordo para a compra da empresa. O principal motivo para que o contrato não fosse firmado na época foi a crise boliviana que culminou na queda do ex-presidente Evo Morales.
Em 2023, a estatal anunciou a suspensão da venda/comercialização da fábrica e, desde então, obras estão paradas.