Para valorizar a história e resgatar a cultura do Estado, a reforma e restauração da Casa do Artesão, em Campo Grande, segue em pleno vapor. A obra orçada em R$ 2,2 milhões faz parte do programa “Retomada MS”, lançado pelo governador Reinaldo Azambuja no 1° semestre deste ano.
A obra de restauração começou em 3 de novembro, tendo a expectativa de ficar pronta em 1 ano. “A parte de demolição das dependências internas já está quase concluída. Já estão retirando os entulhos e a partir de janeiro começa a restauração da fachada e depois da parte de dentro”, explicou a arquiteta da Fundação Estadual de Cultura, Cláudia La Picirelli de Arruda.
Ela descreveu que será feita toda reforma hidráulica e elétrica do local, assim como o contrapiso, reboco e do próprio local onde fica o famoso cofre, uma das marcas históricas da Casa do Artesão. “O subsolo onde fica o tradicional cofre do antigo Banco do Brasil também será restaurado. O piso histórico da casa vai ser mantido e o espaço ficará mais acessível e agradável para receber os turistas e população”, descreveu Picirelli.
A reforma completa visa resgatar a memória histórica da cidade e assim respeitar o projeto original do prédio. O local vai receber a readequação dos espaços para ficar mais ágil e preparado para receber os visitantes, tendo a copa para funcionários, estoque, almoxarifado e lavanderia separados.
O espaço vai contar com um pequeno café na área externa do pavimento térreo, que ainda vai dispor de um pequeno jardim. Já a cobertura terá as telhas francesas removidas, para o reuso do telhado principal. O prédio contará com laje para abrigar os aparelhos de ar condicionado, que não ficarão aparentes para os visitantes.
Entre outras mudanças no espaço está a readequação da escada para atender as normas de acessibilidade, dispondo de um novo guarda corpo em aço corten. Também faz parte do projeto a instalação de um elevador de acessibilidade, assim como requalificação das calçadas.
Os espaços expositivos internos receberão um novo layout setorial e organizacional através de mobiliário projetado para atender as necessidades. As janelas das fachadas passarão a abrigar móveis que as transformam em vitrine, com a intenção de trazer o olhar do público que passa pela calçada para exposição dos objetos e para o interior do prédio.
Enquanto ocorre a restauração do espaço, a Casa do Artesão continua as atividades e comercialização do artesanato do Estado na Morada dos Baís, que fica na Avenida Noroeste, n° 5.140, na área central de Campo Grande, uma quadra do prédio em reforma.
História
O prédio centenário localizado na área central, no cruzamento das Avenidas Afonso Pena e Calógeras, foi construído entre 1918 e 1923, com projeto do engenheiro Camilo Boni. Lá funcionou a primeira sede do Banco do Brasil. Tornou-se a “Casa do Artesão” em 1° de setembro de 1975.
Após inauguração do espaço, o local teve sua primeira revitalização em 1990, quando foi reinaugurado, sendo depois em 1994 tombado como patrimônio histórico estadual. A Casa que é vinculada à Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), é um dos principais pontos culturais do Estado.
“A Casa é o ícone do nosso artesanato estadual, somos referência regional, de suma importância para área cultural. Local que tem mais de 40 anos aberto ao público, que gera renda aos artesãos do Estado, para fomentar este setor”, destacou a coordenadora da Casa do Artesão, Eliane Torres.
Leonardo Rocha, Subcom
Fotos: Edemir Rodrigues