Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição para presidente da República do ano passado, o PT de Mato Grosso do Sul espera reverter a “maré de azar” dos últimos pleitos municipais no Estado e “renascer das cinzas” no próximo ano.
A Associação Transparência Municipal apontou que, no período de 2013 a 2016, o PT de Mato Grosso do Sul ocupava o 2º lugar na representação municipal, com 99 vereadores.
Porém, nas eleições municipais de 2020, a representação regional caiu para 68 vereadores na somatória de toda a Região Centro-Oeste – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Segundo o presidente estadual do PT, Vladimir da Silva Ferreira, a legenda já iniciou a construção da estratégia para disputar as prefeituras dos principais municípios de Mato Grosso do Sul.
“Nós já começamos a construir isso. Temos como meta chegar até outubro deste ano já com um desenho das nossas chapas de vereadores e também mapear as cidades nas quais nós vamos, de fato, disputar as prefeituras, bem como onde vamos tentar construir uma aliança no campo de esquerda”, declarou ao Correio do Estado.
Vladimir Ferreira lembrou que a federação PT, PCdoB e PV e a federação Psol e Rede devem, mais uma vez, caminhar juntas nas eleições municipais do próximo ano.
“Estamos aguardando ainda a formação da federação PSB e PDT para verificar se existirá um espaço para a gente construir essa ampla aliança nos municípios”, adiantou.
Ele disse que, com a nova legislação eleitoral, que já estava em vigor em 2022, a tendência é de que se diminua o número de candidaturas a vereador, fazendo com que as vagas se concentrem em poucos partidos.
“Para o Poder Legislativo, teremos uma chapa nos 79 municípios, enquanto para o Poder Executivo a intenção é de lançar candidaturas a prefeito nas principais cidades do Estado”, garantiu.
O presidente estadual do PT cita como exemplos os municípios de Campo Grande e Dourados.
“Em Campo Grande, os nomes que o PT tem no radar são os deputados estaduais Pedro Kemp e Zeca, bem como a deputada federal Camila Jara e a Giselle Marques, que disputou a eleição para governadora em 2022”, detalhou.
Para Dourados, conforme Vladimir Ferreira, o nome mais forte do PT para o município é o do professor universitário Tiago Botelho, que disputou a eleição para o Senado no ano passado e terminou em terceiro lugar, com 178.041 votos. “Então, nós vamos construindo isso ao longo deste ano”, argumentou.
CAMPO GRANDE
Em Campo Grande, o presidente do PT terá dificuldades para definir o nome do partido para disputar a prefeitura, pois Zeca do PT e Pedro Kemp não descartam as candidaturas, mas aceitariam uma possível dobradinha.
Pedro Kemp disse que avalia a possibilidade de tentar novamente, já que foi candidato na última eleição, todavia, tem certeza que a sigla terá candidato próprio na Capital em 2024.
Ao ser questionado sobre possível candidatura, Zeca citou Pedro Kemp como seu candidato, que prontamente rebateu, dizendo que Zeca é quem seria o seu candidato.
Diante da troca de gentilezas, Zeca lembrou de um episódio envolvendo o ex-deputado Ben-Hur Ferreira, em 1996, quando quase venceram
André Puccinelli na Capital. “Eu disse ao Ben-Hur que só seria candidato se ele fosse meu vice, e faço a mesma proposta”, disse.
Pedro Kemp prontamente disse que aceita, e Zeca respondeu que falta agora a aprovação do partido. No entanto, para o cargo, o PT também tem entre os pré-candidatos a deputada federal Camila Jara e a advogada Giselle Marques, que concorreu como candidata a governadora.
DOURADOS
Em Dourados, a situação será mais fácil para o PT, pois o professor Tiago Botelho é praticamente unanimidade dentro do partido para disputar a prefeitura.
Tanto que, na primeira pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) e o Correio do Estado neste ano, ele apareceu em quinto lugar, com 6,45% das intenções de voto, ficando à frente do atual prefeito, Alan Guedes (PP).
Na época, ele disse ao Correio do Estado que via com bons olhos sua pré-candidatura a prefeito de Dourados.
“Ficar à frente do atual prefeito do município é muito gratificante. Primeiro, ele está com a máquina, e eu, não. Alan Guedes tinha a responsabilidade de estar na minha frente. A gestão dele acabou sem sequer começar. Gosto da pessoa do Alan, acho ele bem-intencionado, mas, como prefeito, não consegue administrar coletivamente e de forma eficiente”, pontuou.
Ele completou que todos os pré-candidatos que estão na sua frente são políticos desde que era apenas uma criança.
“Eles têm mais tempo na política. Como na candidatura ao Senado, serei a única renovação para a prefeitura de Dourados, já que toda eleição no município se inicia com muitos candidatos e termina com metade do que começou”, projetou.
Botelho finalizou fazendo um chamamento aos pré-candidatos para que construam um projeto coletivo que pense mais no município. “Dourados não aguenta mais viver gestões que nada entregam para seu povo”, ressaltou.