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Proposta por Mara Caseiro, lei quer mitigar número de suicídios em MS, onde só este ano teve 130 casos

Em alusão ao Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) convida para a reflexão sobre como reconhecer sinais de quem precisa de ajuda. Instituída em âmbito estadual pela Lei Estadual 4.777/2015, de Mara Caseiro (PSDB), a Campanha Setembro Amarelo estimula o debate para o enfrentamento dos casos que se tornaram questão de saúde pública.

Segundo dados da Polícia Civil, até o fechamento desta matéria, 130 pessoas já tiraram a própria vida no Mato Grosso do Sul, sendo 87 homens, 23 mulheres e 20 boletins de ocorrência sem o gênero informado. Sete destas pessoas eram adolescentes, sendo em julho o mês com mais casos: 25. Com a pandemia, os números pularam de 187 casos em 2020, para 241 em 2021. Em 2022 foram registrados 223 suicídios em Mato Grosso do Sul, segundo a Polícia Civil.

Os sinais mais comuns foram listados pela psicóloga Natielle Braga, pós-graduada em Terapia Cognitiva e com especialização em métodos de prevenção ao suicídio, em entrevista à TV Assembleia, para o programa Juventude em Pauta. Segundo a especialista, é preciso observar se a pessoa: tem falado sobre morte, se há afastamento do meio social, demonstra não ter perspectiva de vida (falta de sonhos para o futuro), faz despedidas, se desfaz de objetos que sempre foi apegada, resolve pendências que eram entraves, não cuida mais da aparência (sempre foi vaidosa e agora nem corta mais o cabelo) e tem ideações suicidas.

“Em torno de 90% das pessoas que cometem sofrem de uma doença psiquiátrica. Quem tem uma depressão, uma ansiedade não tratada, dificuldade de lidar com as situações, isso vai criando dentro dela toda uma fantasia que, para quem está em sofrimento, que desde a infância não consegue falar e reproduzir os sentimentos, sobre aquilo que atormenta ela, ela vai expressar tentando ou atentando contra a própria vida”, explicou a psicóloga, que relembrou que há também questões de ordem financeira e perda de pessoas queridas que pode levar as pessoas a procurarem pelo suicídio. Saiba mais assistindo na íntegra clicando aqui.

Como ajudar?

O Legislativo propõe, discute, vota e define medidas diversas para o enfrentamento do problema. Veja na arte ao lado algumas leis já aprovadas sobre o assunto. A deputada Mara Caseiro reforça a importância do debate sobre o assunto. “Infelizmente, uma das principais causas de morte no mundo ainda é o suicídio. E nós precisamos conversar, nós precisamos debater esse assunto tão delicado e difícil de lidarmos. Precisamos impedir que as pessoas tirem a própria vida. Para tudo existe solução, só para a morte que não”, ressaltou a parlamentar.

Na segunda-feira (4), a ALEMS promoveu aos servidores uma palestra com o teólogo, filósofo e psicólogo, especialista em Gerenciamento de Crise no Manejo Suicida, especialista em Negociação Policial Bope e pós-graduado em Saúde Mental, Edilson dos Reis.

Ele explicou a respeito do tabu existente em torno das doenças mentais, como o preconceito institucional, social, familiar e religioso.“Isso tudo em relação ao sofrimento psíquico comprometem a prevenção. Além do estigma e do adoecimento mental, o sujeito doente têm medo de ser discriminado. É preciso mostrar que entendemos o sofrimento que a pessoa está passando e que estamos disponíveis para auxiliar no que for possível. Sempre encerro a minha consulta com duas frases: Eu me importo com você!; e Nós passaremos por isso, pode contar comigo!”, detalhou. Leia mais dicas relendo a cobertura da palestra aqui.

Veja alguns locais e entidades que disponibilidade na prevenção ao suicídio, com atendimentos gratuitos:

  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – veja a relação das unidades.
  • Centro de Valorização da Vida (CVV) – atendimento gratuito pelo telefone 188.
  • Grupo Amor Vida (GAV) – oferece apoio emocional de forma gratuita. As universidades também oferecem atendimento psicológico gratuito: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Psicologia Unigran Capital, Clínica-Escola da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e Clínica-Escola do Curso de Psicologia da Uniderp

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