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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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InícioMeio AmbientePrimeiro “BIG DAY das Araras-Azuis” mobiliza observadores no Brasil, Bolívia e Paraguai

Primeiro “BIG DAY das Araras-Azuis” mobiliza observadores no Brasil, Bolívia e Paraguai

Nos dias 16 e 17 de agosto de 2024, aconteceu o primeiro BIG DAY das Araras-Azuis (Anodorhynchus hyacinthinus), a maior ação de mobilização para a contagem da arara azul, já realizada para a espécie, no mundo. O evento reuniu biólogos, voluntários, observadores de aves, guarda-parques, instituições parceiras, plataformas digitais, empresas e comunidades locais em três países da América do Sul: Brasil, Bolívia e Paraguai (vide parceiros no final).

Ao todo, foram contabilizados 1.275 avistamentos da espécie em seu ambiente natural, sendo 897 araras-azuis no Brasil, 359 na Bolívia e 19 no Paraguai, país onde estava praticamente extinta e agora começa a repovoar. Vale destacar que dois registros, um de araras azuis em Brasília e outro de várias araras (acreditamos tratar-se de araras-canindé) em Pauliceia, no interior de São Paulo. Esses dois registros não foram contabilizados por se tratar de araras azuis criadas a mão e soltura.

Os registros foram reportados através das plataformas digitais E-bird, Google Forms, Wikiaves, Biofaces e Whatsapp através de número específico para essa ação. O maior número de registros foi obtido em primeiro lugar pelo WhatsApp, seguido do GoogleForms. E além das 1275 araras azuis, outras grandes araras, foram observadas, como araras vermelhas, araras cangas e araras canindé, mas não contabilizadas neste total.

Brasil: a maior contagem

No Brasil, a contagem das araras azuis se espalhou pelos biomas Pantanal, Cerrado e Amazônia, em quatro Estados: Mato Grosso do Sul, Pará, Mato Grosso e Goiás. Em Mato Grosso do Sul (MS) foram obtidos 27 registros, totalizando 409 araras azuis, garantindo ao Estado a liderança na contagem nacional.

Reuniram-se mais de 50 pessoas organizadas em equipes, nas cidades de Aquidauana, Camisão, Corumbá, Coxim, Jardim, Miranda, Nova Esperança e Terenos, com os maiores números de araras avistadas nas cidades de Miranda (230), Aquidauana (137) e Corumbá (20). O Instituto Mamede foi fundamental na mobilização dos observadores de aves e amantes da natureza, espalhados pelo Estado.

No Estado do Pará, em Canaã dos Carajás, um total de 48 pessoas, divididas em grupos durante os dois dias, envolvendo os colaboradores da Vale e a equipe de campo do Projeto Arara Azul fizeram os registros. Esses grupos percorreram diversos pontos de ocorrência da espécie, fazendo censo durante o dia e realizando contagem simultânea nos dormitórios, no final das duas tardes, em cinco locais, contando também com a participação ativa da comunidade local. O esforço resultou em 12 registros e um total de 335 araras azuis, além da observação de outras aves, envolvendo a comunidade e a ciência cidadã.

Em terceiro lugar no ranking nacional, o Mato Grosso alcançou a contagem 151 araras azuis. Destaca-se a participação dos observadores Roseno e Gonçalo (Pixico), de Poconé, representantes da comunidade local e parceiros de longa data do Projeto Arara Azul, que juntos registraram um total de 83 araras, além das contribuições de instituições como o SESC Pantanal (8 araras) e Onçafari (26 araras).

Em Goiás (GO), o grupo OIA Passarinhar mobilizou 6 integrantes em 2 áreas em parceria com o ICMBio de ocorrência da espécie: Resex Recanto das Araras de Terra Ronca (GO) e no Parque Estadual de Terra Ronca (GO). As araras foram registradas somente na Resex somando 2 araras. Lembrando que onde houve pessoas contando, a ausência de araras foi constatada e tem um significado importante para os estudos.

Na Bolívia, 29 pessoas, entre os quais, 13 guardas-parque da Reserva de San Matias, participaram ativamente da ação, cobrindo 23 pontos de contagem durante os dois dias da campanha, cobriram quase 100% da área de distribuição da espécie naquele país. O resultado foi expressivo: 359 araras-azuis registradas em diferentes áreas de ocorrência da espécie. Os parceiros Mauricio Herrera (Museo de História Natural Noel Kempff Mercado), Fundación CLB e SENARP (Servicio Nacional de Áreas Protegidas) foram fundamentais para a mobilização da
sociedade no país vizinho.

Os guardas-parque e a comunidade, juntamente com a CLB foram fundamentais para os registros, considerando que no dia 07 havia eleição para Presidente do país e as pessoas não podiam realizar grandes movimentações. No Paraguai, onde a espécie chegou a ser considerada quase extinta nos últimos anos, a contagem foi realizada em 5 pontos distintos. Em um deles não foram encontrados indivíduos, mas nos outros houve o registro de 19 ararasazuis, marcando um reencontro histórico e de grande significado para a conservação.

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