(Acrissul) – O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonatan Pereira Barbosa, recebeu, neste sábado (17/09), no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande (MS), uma comitiva oficial da Intendência de Villa Guillermina, localizada na Província de Santa Fé, no norte da Argentina, que está na Capital para participar da 5ª edição do Festival Cultural do Chamamé de Mato Grosso do Sul. Na oportunidade, o líder ruralista assinou com a intendente de Villa Guillermina, Nanci Alicia Avalos, um termo de cooperação nas áreas de agricultura e pecuária.
Segundo Jonatan Barbosa, a partir de agora, a Acrissul também é a casa dos ganadeiros de Villa Guillermina e também dos agricultores da região norte da Argentina. “Vocês podem contar sempre comigo, pois, tudo que for possível fazer para ajudar os criadores de gado da região será feito. Vamos trabalhar juntos pelo desenvolvimento do norte da Província de Santa Fé e de Mato Grosso do Sul. Me sinto muito grato por estarmos juntos na realização desse festival do chamamé e também na assinatura desses protocolos de intenções”, declarou.
O presidente da Acrissul também da importância da Província de Santa Fé no esforço para a implantação da Rota Bioceânica, que vai facilitar o acesso da produção agropecuária de Mato Grosso do Sul, Paraguai, Bolívia e Argentina ao Mercado Asiático. “Estamos trabalhando para a viabilização da Rota Bioceânica, que logo estará pronta. Queremos muito que os nossos irmãos argentinos também participem dessa empreitada para chegarmos até os portos do Chile e, de lá, até os países asiáticos, melhorando o escoamento da nossa produção agropecuária. A rota vai passar perto do norte de Santa Fé e agora o governo argentino tem demonstrado interesse em fazer parte desse esforço concentrado”, ressaltou.
Para a intendente de Villa Guillermina, Nanci Avalos, o termo de cooperação assinado com a Acrissul é algo de suma importância para toda a nossa região e não somente para sua intendência. “Para nós, trata-se de algo grandioso poder trabalhar ao lado de uma entidade tão grande como a Acrissul. Ficamos muito honrados com a recepção do presidente Jonatan Barbosa e acreditamos que essa parceria dará muitos frutos para Villa Guillermina e para Mato Grosso do Sul”, pontuou.
Chamamé
Já o coordenador federal da integração entre Paraguai e Argentina, Ricardo Gonzales, lembrou que vem trabalhando há muitos anos pela integração dos países que apreciam o estilo musical tradicional típico do nordeste da Argentina. “Hoje temos a presença da delegação de Villa Guillermina e participamos de um fato histórico para essa região argentina, que foi a assinatura desse acordo de cooperação com a Acrissul. Essa parceria vai unir os produtores rurais do norte da Província de Santa Fé com os de Mato Grosso do Sul. Uma parceria econômica que foi viabilizada graças a um intercâmbio cultural, pois estamos aqui para divulgar o chamamé e é um prazer estar aqui em Campo Grande, que é a Capital Nacional do Chamamé no Brasil”, lembrou.
Ricardo Gonzales lembra que a Região Centro-Oeste do Brasil ganhou destaque nos últimos cinco anos entre os povos do Mercosul. “Campo Grande passou a ser um destino requisitado para nossa população e temos muito estudantes, empresários e turistas que querem conhecer e visitar as belezas da cidade e de Mato Grosso do Sul”, afirmou, completando que o Festival Cultural do Chamamé de Mato Grosso do Sul está promovendo a integração cultural entre Brasil, Paraguai e Argentina.
No dia 29 de março deste ano, o município de Campo Grande foi oficialmente reconhecido como a Capital Nacional do Chamamé, título concedido após sanção presidencial ao Projeto de Lei nº 4.528, de 2019. Estilo musical tradicional típico do nordeste da Argentina, mais especificamente na região conhecida por Mesopotâmia Argentina, localizada entre os rios Paraná e Uruguai, o chamamé é também apreciado em dois Estados de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Entre os elementos que deram origem a esse estilo musical, que foi declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco em 2020, estão as culturas guarani, afro-americana e europeia.
Entre alguns estudiosos da expressão artística, há controvérsias sobre sua origem. Alguns o chamam de polca correntina, devido às experimentações musicais observadas na região de Corrientes, na Argentina, a partir de uma mistura entre guarânia e polca paraguaia – estilo cujo andamento em muito se assemelha ao do chamamé. O estilo carrega também alguns ritmos fronteiriços como o do rasqueado sul-mato-grossense. Os conjuntos “chamamezeiros” são geralmente formados por dois violões e um bandoneón, instrumento típico da orquestra de tango, que pode ser substituído pelo acordeão, popularmente conhecido como sanfona.
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