Desde o início do Programa Reviva Campo Grande, a Prefeitura faz questão de garantir a acessibilidade nas obras que foram e que estão sendo executadas no centro da cidade. Quando da primeira etapa, a da requalificação da Rua 14 de Julho, não foi diferente. Nesta quarta-feira (8), como em 2018, quando as obras da 14 estavam sendo executadas, grupos que representam as pessoas com deficiência da capital foram recebidos pela equipe técnica do Reviva Campo Grande para uma visita e vistoria nas obras de acessibilidade. A caminhada, que também foi acompanhada pela Planurb, ocorreu no entorno modelo, começando na Sete de Setembro, esquina com Rui Barbosa, e indo em direção à rua Barão de Melgaço em frente à Praça dos Imigrantes.
Essa parceria com as entidades é para garantir que a acessibilidade feita no calçamento, como rampas e pisos táteis, esteja adequada e atenda as necessidades de todos.
De acordo com a titular da Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe) e coordenadora do Reviva Campo Grande, Catiana Sabadin, essa visita é importante para mostrar que a Prefeitura vai entregar o melhor resultado usando a estrutura já existente. “Estamos no caminho certo, precisamos nos adaptar em algumas dificuldades, mas é isso, a gente vai fazendo a requalificação de uma forma que atenda da melhor forma possível as necessidades que esse público tem para gerar uma acessibilidade universal”.
A presidente da Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande, Mirella Ballatore, e o presidente do Instituto Sul Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas e do Conselho Municipal de Apoio à Pessoa com Deficiência, Márcio Ramos, estiveram presentes e puderam testar in loco o calçamento, rampas e piso tátil. Enquanto faziam os testes, o superintendente de Projetos Estratégicos da Sugepe, Cristiano Almeida, explicou como a acessibilidade foi pensada, bem como as dificuldades e soluções encontradas.
Em sua avaliação, Mirella afirmou que entende que as obras estão sendo feitas dentro das condições da cidade e lembrou que essa parceria também foi realizada na época das obras na 14 de Julho. “Eles estão tentando fazer o melhor e é importante que eles estão nos ouvindo”, afirma.
Por sua vez, Márcio, afirmou que, apesar dos desafios geográficos que a cidade apresenta, o calçamento tem tudo que é essencial para garantir a acessibilidade universal. “Temos que entender que essas obras estão sendo uma adaptação, então, não vai ficar 100% acessível conforme a gente gostaria, mas vejo que a calçada tem o essencial e atende a todos”.
Para Divina Rufino, da Associação de Pais e Amigos do Autista, essa vistoria é muito importante para dar voz a todos. “O autista, em sua maioria, não tem deficiência física, mas a grande dificuldade que as famílias encontram são as vagas para deficientes”, avalia.
Outra organização que participou foi a Associação das Doenças Neuromusculares e Raras. A presidente Rosana Martinez ficou contente em perceber que os técnicos estavam abertos às sugestões colocadas pelas entidades. “Eu estou adorando porque eles estão bem abertos para ouvir o que as associações estão colocando”.
Os deficientes visuais de Campo Grande também foram representados por Áurea Sena Sobrinho, da Associação dos Deficientes Visuais de Mato Grosso do Sul, que avaliou com otimismo o progresso que a cidade está fazendo em relação à acessibilidade. “Melhorar a acessibilidade já vai ajudar bastante porque, por onde andei, achei a calçada muito boa: dá pra diferenciar certinho a calçada da pista.”
A gerente de fiscalização urbanística da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) Maiara Teixeira de Morais, acompanhou as vistorias nas obras do Reviva e afirmou ser um importante momento para a troca de experiências. “Ouvimos as entidades e reafirmamos a importância de exigir acessibilidade nas calçadas”.
“Essa ação de hoje é uma forma muito didática de troca de experiência de vida, de conhecimento, de necessidade. De uma forma muito simples você consegue atingir o objetivo. De um lado, os técnicos com o poder de planejar e executar, e de outro, os usuários, quem tem contato direto com a real necessidade”, afirma a consultora socioambiental do Reviva, Juliana Casadei.
Já a Subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, ressaltou a inclusão do grupo no Programa Reviva Campo Grande. “Demonstra que temos uma gestão democrática e inclusiva que oportuniza a participação e contribuição das/os munícipes afetos às intervenções urbanas e, em especial, as pessoas com deficiência a quem se deve promover e garantir a inclusão e as condições necessárias para sua mobilidade”.