Três mil mudas de árvores frutíferas nativas do cerrado foram plantadas na última semana no assentamento Sucuri, na APA do Ceroula, um dos principais mananciais de abastecimento de água na região. A iniciativa conclui a parceria firmada entre a Prefeitura de Campo Grande, com a ADM do Brasil, líder em originação e nutrição humana e animal, e o Instituto Auá. O objetivo da ação é conservar áreas verdes e possibilitar uma nova fonte de renda para as famílias dos Assentamento Sucuri, Assentamento Conquista e dos Produtores da Região do Aguão.
Joaquim dos Santos, que mora no Lote 56 do Assentamento Sucuri, plantou 40 mudas e já vislumbra um futuro mais sustentável. “Essa muda vai trazer para a minha vida, a minha infância, o que eu vivi. Essa muda vai impactar, não só na renda da minha família, mas nos meus netos, que vão vivenciar essas plantas no futuro. Isso aqui vai ficar para nós e com certeza teremos uma nova visão, para que o meio ambiente não venha a ser afetado da forma que já foi”, afirmou.
Para a gerente de fomento e assistência técnica da Superintendência do Agronegócio da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (SIDAGRO), Mariana Coura Abdalla, o projeto é um sucesso. “Demos início a esse projeto piloto de incentivo de produção de frutas nativas para as famílias gerarem renda e ter também um atrativo turístico”, contou.
O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Ademar Silva Junior, explicou que a agrofloresta é uma prática sustentável que transforma a relação das comunidades e assentamentos com o meio ambiente, combinando árvores, cultivos agrícolas e criação de animais, promovendo a recuperação do solo, a preservação da biodiversidade e a produção de alimentos saudáveis. “Essa iniciativa além de levar renda para cerca de 250 famílias que residem do Assentamento Sucuri, Assentamento Conquista e os Produtores da Região do Aguão, fortalece a segurança alimentar e resgata o equilíbrio entre o homem e a natureza, sendo um caminho viável para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida”, concluiu.
Na área selecionada, foram plantadas espécies de frutos nativos com potencial comercial, como bocaiúva, guavira e baru, entre outros, amplamente consumidos, mas que atualmente não contam com produção em escala. A iniciativa, por meio dessa parceria, busca mudar esse cenário, promovendo a conservação dessas plantas nativas e incentivando seu cultivo.
O gerente da planta de proteína da ADM Brasil, André Mafessoni, diz ainda que a empresa tem programas de ajuda mútua com atuação global em ações de sustentabilidade, educacionais, em desastres naturais e etc. “Essa parceria com o Assentamento Sucuri é muito importante, porque envolve a iniciativa privada e o órgão governamental, então é uma solução dada por todos. Mostrando que com união é possível ter economia forte e sustentabilidade ao mesmo tempo”, afirmou.
Para concluir, Gabriel Menezes, que trabalha no Instituto Auá, lembrou que a ação faz parte das comemorações dos 25 anos da ADM no Brasil. “Está havendo o plantio de 25 mil mudas em várias regiões do Brasil. Como nós já temos uma parceria de educação socioambiental com a logística reversa do óleo comestível e histórico de recuperação dos biomas brasileiros através da agroecologia, fomos convidados para realizar este trabalho do plantio em alguns lugares. Já fizemos em São Paulo, no município de Santos e também aqui.
Além de Campo Grande (MS), outras sete cidades onde a ADM concentra as suas principais operações estão sendo beneficiadas pelo plantio de mudas, são elas: Porto Franco (MT), Colombo (PR), Joaçaba (SC), Rondonópolis (MT), Santos (SP), Uberlândia e Três Corações, ambas no estado de Minas Gerais (MG).