A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU), em colaboração com várias secretarias municipais, realizou neste sábado (28), o evento “Direitos Humanos em Ação” na Aldeia Urbana Paravá, localizada no bairro Vila Romana, em Campo Grande. Centenas de pessoas foram atendidas com uma variedade de serviços.
A prefeita Adriane Lopes marcou presença no evento e enfatizou que o propósito da iniciativa é garantir os direitos e oferecer serviços gratuitos à população indígena, por meio da parceria entre o poder público, a sociedade civil e empresas privadas. Ela acrescentou que essa ação visa efetivamente atender esse público, fornecendo diversos serviços sociais, garantindo direitos, além de oferecer atrações culturais e entretenimento para as crianças.
“Estamos fazendo uma gestão participativa, onde todos são importantes, não importa em que região da cidade estejam, nós vamos levar o serviço da Prefeitura e nós vamos avançar com muito trabalho, como está acontecendo aqui. Recebemos o anseio dos moradores dessa aldeia urbana, que é muito importante para a nossa Capital e viemos atender. Queremos dizer que respeitamos e queremos validá-los”, disse a prefeita Adriane Lopes que acrescentou que os servidores públicos, mesmo em sua data comemorativa, se disponibilizaram a atender pelas secretarias envolvidas.
“Podemos dizer que toda a equipe da Prefeitura está aqui para trazer até vocês os serviços de Campo Grande, mesmo sendo o Dia do Servidor Público. Eles poderiam estar em casa, mas estão aqui dando o seu melhor na comunidade e ofertando com qualidade todos os serviços”, concluiu a prefeita que também parabenizou as lideranças e caciques das comunidades.
A secretária da SDHU, Thais Helena, explicou que o evento visa ofertar todos os serviços públicos para esta população. “O acesso da população indígena ao serviço público é um pouco mais limitado, pela questão cultural, e até pelo distanciamento que eles têm do Centro da cidade. Então, hoje nós proporcionamos desde o atendimento jurídico, a microchipagem e consultas aos pets, além de sorteio de brindes proporcionados pelos nossos parceiros”.
Delmir Candelário, de 47 anos, coordenador da população indígena alocada na SDHU disse que por meio de diálogos da pasta via Prefeitura a causa foi abraçada. “Conversamos com as lideranças da comunidade e levamos até a secretária, que levou ao Executivo e fomos atendidos nessa parceria.”
Logo nas primeiras horas da manhã, cerca de 300 pessoas passaram pelo local, e ao encerramento por volta das 13h muitas ainda estavam finalizando seus atendimentos. Na região há 148 famílias indígenas com núcleos familiares grandes, além das comunidades ao entorno. Aproximadamente 800 pessoas foram atendidas na ação.
Roselina Gaudino Jorge, de 44 anos, é aluna do curso de cabeleireira e foi até a ação para aprender e ajudar. Ela conta que está no meio do curso e o objetivo é ter uma profissão para ajudar na renda da família. “Acho uma profissão muito importante e é uma oportunidade que a Prefeitura está dando para nós moradores. A gente precisa e estou muito feliz”.
A cabeleireira, Magali Rodrigues Monteiro, de 60 anos, diz que se formou no curso oferecido gratuitamente pela Prefeitura e agora está passando os ensinamentos. “Eu recém me formei e estou auxiliando a professora com os novos alunos.”
Bruna Magalhães, de 27 anos, saiu satisfeita, pois o cachorrinho tomou remédio para verme e fez consulta com a equipe da Subsecretaria do Bem-Estar Animal (Subea).
Gestor da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), Adelaido Vila, pontuou que foram entregues 2 mil mudas de hortaliças na ação. “A nossa grande preocupação é garantir alimentação das pessoas. Buscamos fortalecer os pequenos produtores e ajudar na distribuição dos alimentos. Estamos incentivando as famílias a produzirem em pequenas hortas, por isso, trouxemos 2 mil mudas para estimular. Pretendemos voltar aqui e construir uma horta para a comunidade”.
Elisângela Ramos Martins Franco, de 42 anos, pegou uma muda de verdura e adorou a ideia. “Peguei a muda e vou plantar em casa. Tenho até um canteiro. Adorei essa ação, estou amando. Faz 3 meses que vim morar no bairro e estou amando tudo.”
“Vim para fazer inscrição para curso de manipulação de alimentos e influencer digital”, disse Lenilson Jorge, de 33 anos, que está tentando se qualificar para ter um novo posicionamento no mercado de trabalho.
Cacique da Aldeia Marçal de Souza, disse que foi até o local para participar da ação. “É um momento histórico para os povos originários. Esse tipo de ação movimenta a comunidade e nos faz sentir o poder público próximo”.
Conforme o último Censo, a população indígena de Campo Grande é estimada em 18.439 indígenas. Na Aldeia Água Bonita, residem 320 famílias indígenas das etnias Kadiwéu, Guarani-Kaiowá e Terena.
O evento contou com a colaboração de várias entidades e secretarias, incluindo SAS, SESAU, SIDAGRO, FUNSAT, DSEI e AGUAS GUARIROBA, que ofereceram uma ampla gama de serviços, como vacinação, atualização das cadernetas de vacinação infantil, avaliação nutricional, doação de composto orgânico e cursos de artesanato em couro, carteira de trabalho digital, mediação de emprego, inserção de PCD no mercado de trabalho, captação de vagas, tarifa social de água e negociação de débitos, orientação e serviços para idosos, atendimento e orientação sobre a garantia de direitos das crianças, atendimento odontológico, orientação e encaminhamento de casos de direitos violados, corte de cabelo, e atividades recreativas para as crianças.