Até 2024, o município de Campo Grande deve contar com 70 unidades da Atenção Primária funcionando em horário estendido, através da adesão ao Programa Saúde na Hora, além de praticamente dobrar o número de profissionais atuando nessas unidades, com a habilitação e qualificação das equipes, o que vai proporcionar maior acesso aos serviços de saúde à população. Os avanços fazem parte das onze medidas a serem implementados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) até o próximo ano. A apresentação ocorreu em reunião nesta sexta-feira (04) entre a prefeita Adriane Lopes e técnicos da Sesau e do Ministério da Saúde, que estiveram em visita à Capital nesta semana.
A prefeita Adriane Lopes destaca que a expansão e qualificação dos serviços de saúde estão entre as prioridades da administração municipal, considerando a necessidade de melhorar o acesso da população aos serviços de saúde, promovendo a prevenção, tratamento e reabilitação de forma mais eficiente.
“Estamos empenhados em garantir à população campo-grandense uma saúde de melhor qualidade. Esse é o nosso compromisso. E isso é possível somente através do investimento na qualificação e ampliação dos serviços. Com uma Atenção Primária fortalecida, é possível reduzir desigualdades no acesso à saúde, prevenir complicações de doenças, melhorar os indicadores de saúde e otimizar os custos do sistema, garantindo um atendimento mais eficiente e de qualidade para todos”, complementa.
Conforme relatório da Coordenadoria da Rede de Atenção Básica (CRAB) apresentado durante a reunião, atualmente o município conta com 197 Equipes de Saúde da Família (ESFs), 147 Equipes de Saúde Bucal (ESBs) e 1.574 (Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A expectativa é de que até o próximo ano sejam implementadas mais 146 ESFs e 160 ESBs e o número de ACS ampliados em mais 160. Desta forma, Campo Grande passará a contar com 374 Equipes de Saúde da Família, 307 Equipes de Saúde Bucal e 1.734 ACS.A coordenadora da CRAB, Glória de Araújo, explica que com a expansão será possível fazer um novo dimensionamento em relação ao número de usuários atendidos por equipe, saindo de 4.500 para 2.500 pessoas, além da redução do vazio sanitário e o incremento quali e quantitativamente da cobertura populacional pela estratégia de saúde da família, cumprindo as metas estabelecidas no Plano de Ação pela pasta.
“A realização de um bom dimensionamento das equipes de Saúde da Família na Atenção Primária é de extrema importância para garantir uma assistência de qualidade e integral à população. O dimensionamento adequado permite que os profissionais de saúde estejam presentes em número suficiente para atender às demandas da comunidade de forma eficiente.Com uma equipe de saúde devidamente dimensionada, é possível promover um cuidado mais próximo e personalizado, estabelecendo vínculos duradouros entre os profissionais e os usuários. Isso possibilita uma melhor compreensão das necessidades e realidades locais, favorecendo a identificação precoce de problemas de saúde e o planejamento de ações de prevenção e promoção da saúde”, destaca a coordenadora.
Conforme a secretaria, com adesão ao processo Programa Saúde na Hora, será possível ampliar o número de unidades em horário estendido, saindo das atuais 31 para 70 unidades, que passarão a funcionar de forma ininterrupta de 7h às 19h. Desta forma, a jornada de trabalho dos profissionais das equipes de saúde poderá ser flexibilizadas em 30 horas semanais de atividade clínica/assistencial e 10 horas reservadas para desempenho de atividades como: atendimento domiciliar, desenvolvimento de grupos operativos, educação permanente, planejamento e avaliações de ações, registro de dados e de reuniões de equipe.
“A expansão do funcionamento das unidades da Atenção Primária em horário estendido é uma estratégia fundamental para melhorar a assistência prestada à população e fortalecer o acesso aos serviços de saúde. Ao estender o horário de funcionamento, as unidades têm a possibilidade de atender uma maior quantidade de pessoas, proporcionando um atendimento mais acessível e oportuno”, destaca o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites.
Para o secretário, a medida tem um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas, especialmente daqueles que têm jornadas de trabalho prolongadas ou enfrentam dificuldades para se deslocar durante o horário regular de funcionamento das unidades de saúde.
“Com a disponibilidade de atendimentos em horários alternativos, mais pessoas podem buscar cuidados médicos sem comprometer suas obrigações diárias, garantindo, assim, uma maior adesão aos tratamentos e acompanhamentos. Além disso, o funcionamento em horário estendido permite uma abordagem mais preventiva na saúde da população. Com consultas e atendimentos disponíveis fora do horário comercial, é possível realizar ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde de forma mais ampla e abrangente. Isso possibilita a detecção precoce de problemas de saúde, reduzindo agravos e evitando internações hospitalares desnecessárias”, complementa.
Entre os outros avanços previstos estão a otimização da capacidade das estruturas físicas já existentes, aumento dos investimentos do município na APS, melhoria na resolutividade da APS e avanço na prevenção e promoção à saúde, redução das condições sensíveis à APS nos serviços de urgência/emergência e rede hospitalar, redução do tempo médio de espera em consultas agendadas na APS e melhoria do grau de satisfação do usuário com a APS.
Avanços
Nos últimos seis anos, Campo Grande dobrou a cobertura de Atenção Primária, saindo de 33,27% para 76,28%, conforme dados extraídos do sistema E-Gestor e disponíveis na plataforma oficial do Ministério da SaúdeEsse avanço é resultado da implantação de novas equipes de saúde da família por meio da criação dos programas de residência multiprofissional em saúde da família e residência de medicina família e comunidade, considerados um dos maiores do país e o maior do Centro-Oeste, o que conferiu a Campo Grande reconhecimento nacional.Neste período, houve um aumento de mais de 100% no número de Equipes de Saúde da Família (ESFs) no município, saindo de 96 em 2017 para as atuais 197 equipes.
A estruturação da Rede Municipal de Saúde também foi fundamental neste processo. Desde 2017, 11 novas unidades de saúde da família foram inauguradas, beneficiando mais de 100 mil pessoas com atendimento de qualidade nos bairros: Sírio Libanês, Vila Cox, Oliveira, Azaléia, Dom Antônio Barbosa, Zé Pereira, Cristo Redentor, Arnaldo Estevão Figueiredo, Aero Rancho Granja, Santa Emília e Jardim Presidente, sendo essas duas últimas entregues em 2022, além de três Clínicas da Família nos bairros Nova Lima, Portal Caiobá e Iracy Coelho.
Somente este ano, três unidades de saúde da família já foram revitalizadas pela Prefeitura, nos bairros: Aero Rancho, Arnaldo Estevão de Figueiredo, Jockey Club e Marabá. Está em andamento a revitalização do Complexo de Saúde Nova Bahia, que engloba a USF, o Centro Regional de Saúde e o Distrito Sanitário, além da reforma completa da UPA Vila Almeida.