Em uma ação digna de um filme de Hollywood, pistoleiros armados voltaram a fazer mais uma vítima na fronteira entre Paraguai e Mato Grosso do Sul no fim da tarde de ontem (21). Trata-se de Charles Gonzalez Coronel, 32 anos, filho do narcotraficante Clemencio González Giménez, o “Gringo González”, que foi executado a tiros de fuzil na área central de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
Com essa morte, o número de execuções na região chega a 54 somente neste ano, sendo 7 mortes em janeiro, 9 em fevereiro, 12 em março, 6 em abril, 2 em maio, 6 em junho, em 8 julho, 6 em agosto e 3 em setembro. De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, durante a ação dos pistoleiros, Charles Coronel foi morto e outras três pessoas, que seriam seguranças do alvo, ficaram feridas durante o tiroteio, que causou pânico e correria no centro comercial da cidade paraguaia.
A vítima era procurada no Paraguai e chegou a ser presa no dia 22 de janeiro de 2021, mas estava em liberdade desde fevereiro deste ano. Na hora do atentado, Charles Coronel estava em um Jeep Grand Cherokee branco quando foi surpreendido por quatro bandidos, cada um carregando um fuzil. Com o rosto coberto, o grupo abriu fogo na direção da vítima, que foi atingida, assim como os seus seguranças e outros veículos.
O filho de “Gringo González” morreu no local, em frente ao Colégio Paroquial Rosentil, enquanto os seus seguranças, que não tiveram os nomes revelados, foram levados feridos para uma clínica local. Procurado há vários anos, o pai da vítima vivia tranquilamente em condomínio de luxo em Pedro Juan Caballero, mesmo encabeçando a lista dos mais procurados do país vizinho.
Ele era considerado “invisível” por pagar propina a policiais corruptos para não ser preso, sendo que quando chegou a ser preso era procurado por vários crimes, entre os quais o sequestro e morte de Amado Felício Martinez, em 2004. A vítima teria provocado o acidente de trânsito que matou o irmão do bandido, Félix González.
Segundo policiais da fronteira, o bandido sobreviveu a várias disputas pelo controle do crime organizado na Linha Internacional. Nesse tempo, trabalhou para Fahd Jamil Georges e para o narcotraficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”.
A mansão de “Gringo González” no Jardim Aurora é conhecida por ter uma capela imitando o santuário de Virgem de Caacupé, a padroeira do Paraguai. A casa está abandonada desde 2015, pois ele passou a morar em outro endereço, onde foi preso. Após recuperar sua liberdade no início de 2023, voltou a morar em Pedro Juan Caballero.