Em votação simbólica com duração de 30 segundos, a Câmara dos Deputados votou o Projeto de Lei que altera a reforma do Ensino Médio de 2017 (Lei 13.415). O deputado Pedro Kemp (PT) fez uso da tribuna na sessão ordinária desta quarta-feira (10), para criticar o rito adotado para acelerar a votação da matéria.
O texto já havia passado pela Câmara, mas houve modificações no Senado Federal e precisou ser novamente votado pelos deputados federais. O relator da proposta, deputado Mendonça Filho (União-PE), alterou vários pontos da reforma do Novo Ensino Médio, que segue agora para a sanção do presidente Lula.
“O presidente da Câmara Arthur Lira, de forma açodada, votou em segundos um projeto de tamanha magnitude. O relator do texto era o ministro do presidente Michel Temer quando a reforma do Ensino Médio passou por essa mudança desastrosa. Lamentável que o Congresso Nacional não tenha levado a sério a educação em nosso país”, disse Kemp.
Para Kemp, a reforma da base curricular representou um retrocesso, uma vez que 40% da carga horária passou a ser composta por unidades curriculares obrigatórias, como Projeto de Vida e Empreendedorismo. “O grande objetivo foi prejudicar a formação geral dos estudantes e formar mão de obra barata para o mercador de trabalho”, acrescentou Kemp.
Professor Rinaldo Modesto (Podemos), presidente da Comissão de Educação, a redução da carga horária de disciplinas essenciais para a formação dos estudantes, como aulas de Português e Matemática, empobreceu o ensino. Gleice Jane (PT) ressaltou que uma população jovem despreparada não compreende sua história e seus direitos. “O projeto era massacrar a classe trabalhadora, fazer o esvaziamento do conhecimento e o desmonte da educação”, falou a parlamentar.