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sábado, novembro 23, 2024
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Novo acesso às Moreninhas gera boom imobiliário e comercial em Campo Grande

As obras do novo acesso aos bairros Moreninha I, II e III ainda não foram concluídas, no entanto, já movimentam os setores comercial e habitacional na região. Empresários relatam uma procura maior por pontos de comércio e visam lançamentos de condomínios no bairro e nos entornos, principalmente onde as novas vias vão passar.

A empreiteira Tecol é uma das interessadas nos bairros, que estão com novos empreendimentos planejados e alguns em execução em virtude do novo acesso. O gerente comercial e de vendas da empresa, Henry Barcelos Feolin, comenta que nos próximos 30 dias será anunciado um novo condomínio de apartamentos nas Moreninhas.

A empresa já tem um condomínio construído há cerca de cinco anos no bairro e, segundo o gerente comercial, o interesse nas Moreninhas veio após o anúncio de um shopping no local. Os terrenos foram comprados em frente ao local do futuro empreendimento comercial, que nunca saiu do papel.

Por conta da demora da construção do shopping e da nova ligação, anunciada há anos, a empresa terminou apenas um condomínio, mas, com a retomada das obras, eles vão voltar para o bairro e pretendem construir 448 apartamentos nos próximos quatro anos.

Além das Moreninhas I e II, a Tecol também está com um empreendimento na Avenida Rita Vieira, que foi ampliada para ser um dos acessos ao bairro.

“Temos essa obra e mais 600 unidades a serem lançadas na região nos próximos cinco anos, porque a região vai se desenvolvendo, vai mudando”, comentou Henry a respeito dos impactos que o novo acesso causa não só nas Moreninhas, mas também no entorno das obras.

Os dois condomínios lançados este ano devem ser entregues em 2025, e a empreiteira também está com mais um projeto além desses, em virtude do aquecimento da abertura do novo acesso. Um dos impactos relatados sobre as novas vias nas Moreninhas é o surgimento de bairros, como o Paraíso do Lageado, que fica próximo ao Kartódromo Ayrton Senna, onde vai passar um dos acessos ao bairro.

Já Fernando Catalano, que é gerente da imobiliária Formato, relata que notou uma grande procura pelos bairros. Ele comenta que recebe de cinco a seis ligações por dia de pessoas que querem saber dos imóveis nas Moreninhas, porém, não vê efetividade no negócio.

“A princípio, eu tenho notado que não é nem uma influência do projeto. Em alguns bairros mais populares, mais afastados, não tão no centro, tem alguma procura, mas a gente acredita que é muita consulta e efetivamente pouco negócio. Então, não tem se refletido em conversão comercial, como a gente chama”, comentou o gerente.

Mesmo com as divergências entre a procura e o contrato em si, Catalano afirma que houve um aumento na busca por imóveis na região este ano e acredita que não só as Moreninhas serão valorizadas com a chegada do novo acesso, mas também os bairros próximos, como o Rita Vieira.

A corretora de imóveis Andrya Gomes comenta que já vendeu mais de 40 casas e apartamentos nos bairros e tem, atualmente, todas as unidades de aluguel ocupadas, afirmando que é um local com muita procura de compra e aluguel.

“O bairro possui infraestrutura e cresceu muito, aqui nas Moreninhas ganhou-se o status de cidade. Temos um amplo comércio, postos de saúde, escolas e praças, UPA, bancos, parque, supermercados, atacadistas. A região é completa e dispensa viagens para o centro da Capital”, comenta a corretora.

Mesmo com tanta gente procurando moradia nos bairros, ainda há quem saia do local por conta da falta de acesso. É o caso da comerciante Adriely Barbieri, que manteve sua casa nas Moreninhas, mas atualmente mora em outro bairro porque o emprego do seu marido e a escola de sua filha ficam fora de lá.

“Só tem uma entrada, e aí no horário de pico é uma fila para entrar. Você demora até 20 minutos para entrar. Se você for sair, por exemplo, para buscar a criança na escola, que não estuda aqui dentro, como é o caso da minha filha, você tem que sair bem antes, porque o acesso é muito ruim”, comenta a comerciante, que saiu das Moreninhas há seis meses.

A loja de roupas de Adriely continua nas Moreninhas. Ela notou que houve um aumento não só de novos empreendimentos, mas também de vendas. Segundo Adriely, atualmente, há uma dificuldade para encontrar pontos de comércio disponíveis. “Parece que ampliou o bairro”, diz.

OBRAS
O projeto de acesso aos bairros Moreninha I e II é antigo. Em 2021, o então titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, comentou ao Correio do Estado que a obra deveria começar até outubro e durar em torno de 18 meses, sendo entregue no início deste ano.

No entanto, apenas uma parte foi feita, sendo o prolongamento da Avenida Rita Vieira até a Avenida Guaicurus, que se tornou a Avenida Salomão Abdala, que atualmente está totalmente construída e conta com faixa de ciclovia.

A Avenida Salomão Abdala será interligada à Rua Alto da Serra até chegar às Moreninhas. Essa “segunda etapa” já está em andamento e tem cerca de 20% das obras concluídas.

Já no bairro, uma nova via foi aberta, adjacente à Rua Ipamerim, entre a Avenida Alto da Serra e a Rua Crispim Moura, e faz parte das intervenções do novo acesso às Moreninhas.
O custo total das obras é de R$ 41,3 milhões e a previsão de entrega é até julho de 2024.

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